Rubão, o artilheiro dos artilheiros
Rubens Soares é o nosso herói de hoje.
Em Campinas é conhecido como Rubens do Gás, mas aqui em Três Fronteiras é simplesmente Rubão. Craque de bola, gente boa, carismática e poeta de alta linha, mas só tem um defeito, ser corintiano fanático.
Hoje o seu sonho de criança se concretizou neste encontro surreal.
Foi numa reunião não só de amigos, mas de pessoas que fizeram de uma simples lembrança infantil, tornar um elo de carinho, amor e esperança.
Quando escrevi sobre o 9º encontro do time do Juvenil Três Fronteiras, sem querer fiz uma previsão. Naquela oportunidade eu dizia que estávamos na década de 70. O Brasil era tri campeão mundial de futebol, no México, com a melhor seleção de todos os tempos. Um time de verdadeiros craques. Para se ter idéia, com exceção do goleiro Félix, dos jogadores de defesa, Carlos Alberto, Brito, Piazza, Everaldo e do centro médio Clodoaldo, todos os demais eram camisa dez nos seus times de origem. Jairzinho era o dez do Botafogo, Gérson era o dez do São Paulo, Tostão era o dez do Cruzeiro, Rivelino era o dez do Corinthians e Pelé era o dez do Santos.
Embalado no clima da conquista da Jules Rimet a molecada daquela típica cidade do interior se reunia na rua para jogar pelada. Foi ai que nasceu o Infantil Três Fronteiras, exatamente na casa do pai do Nori Takayama, carinhosamente chamado por Zé Japonês. A primeira camisa do time foi tingida com anilina amarela pela dona Maria, esposa do seu Zé, em homenagem ao esquadrão canarinho. E assim, o sonho de criança se concretizou neste 13º Encontro, quando Severo Neto, o grande Ceará, patrocinador oficial da seleção, teve a idéia de confeccionar os uniformes, todos com o número dez as costas.
No jogo de confraternização, ao fechar os olhos da nostalgia, pudemos ver perfeitamente os atletas Lute, Cosme, Damião, João Luiz e Eduardo Kawahara; Mikio Takayama, Nori e Gilberto Luiz; Caxumbinha, Rubão e Tica; todos com a dez do Rei Pelé e companhia.
Mas acordando do sonho, o centro-avante Rubão marcou dois golaços, com categoria, como fazia o Reinaldo do Atlético mineiro e, simplesmente foi o grande artilheiro desta contenda. Ao receber o troféu de artilheiro arrancou lágrimas dos presentes num discurso repleto de emoção.
Relembrou um tempo que não volta mais, mas que pode ser resgatado a cada ano, através da enorme amizade existente entre o grupo.
Plagiando Gilberto Luiz, trifronteirense da gema, posso afirmar que este é o exemplo dado por uma pacata cidade do interior, pitoresca, cheia de personagens e fatos marcantes, que nos torna protagonistas no mundo esportivo para melhorar a convivência humana.