Seo Dinho

Publicado em 26/09/2014 23:09

Nascido José Reynaldo Abbud, o nosso herói de hoje era bem humorado, brincalhão, amigo e companheiro de todas as horas.
Segundo os seus colegas de repartição, Seo Dinho era uma verdadeira criança, participava de todas as festas de aniversário da turma, escondia o bolo, jogava bola, entrava na piscina e toda vez cantava o parabéns acompanhado de seu pandeiro, amigo inseparável nas horas de alegria. Era com este instrumento mágico que ele brincava o Carnaval, no Tênis Clube, onde sempre foi eleito “cidadão carnavalesco” pela sua animação, distribuindo alegria aos foliões, através de confetes e serpentinas.
Certa vez, no aniversário do Seo Dinho, Francis Cesar Mainardi recortou uma foto do nosso herói e colocou numa moldura. Naquele dia, ao chegar à repartição, viu aquela homenagem sobre sua mesa – como ele se emocionava à toa, foi um chororô daqueles.
Braz Odair Bello conta que um dia, Seo Dinho teve a ideia de pegar um maço de dinheiros, colocar um clipe, amarrar num barbante e sair puxando pela cintura nos corredores da repartição, dizendo que se todos correm atrás do dinheiro, no seu caso, o dinheiro é que estava correndo atrás dele. A farra acabou quando Madalena, a desenhista, pisou no dinheiro, que se soltou e, quando Seo Dinho percebeu que o dinheiro tinha sumido, ficou desesperado. Múrcio, sempre com afiada presença de espírito, foi logo dizendo: e agora, seu turco! Foi quando o nosso herói não deixou por menos: – Turco, não, libanês, com muita honra!
Seo Dinho era muito metódico. Quando chegava a hora do café da tarde, sorrateiramente saia da sala e ia tomar o seu chazinho de erva cidreira, em sua casa, feito com carinho, pela sua esposa Genoveva. Era tão metódico que no bolso da camisa colocava sempre uma bolachinha e, em cada bolso da calça, moedas e notas de dinheiro. Evaldo, vendo aquilo todos os dias, não resistiu à tentação – amassou a bolachinha do bolso dele, que ficou literalmente triturada…
O nosso herói era a memória viva do Setor de Obras da Prefeitura. Tinha na cabeça a localização de todos os lotes do município.
Tinha uma caligrafia bonita e escrevia certidões de forma impecável.
Como técnico de edificações, escrevia o número da casa onde exatamente era para ficar, nem um milímetro para frente ou para trás, recomendava.
Tinha o hábito de guardar tudo. Era muito organizado. Ele possuía uma gravata, de 1800, que utilizou em ocasiões especiais, e até um carimbo, dos anos 50, da Farmácia do Santino.
Valdir de Castro conta que a régua de topografia, que pertencia ao Seo Dinho, ficou 50 anos como instrumento de trabalho na Prefeitura, e com a sua aposentadoria foi levada para casa. Certo dia, ao visitá-lo, o nosso herói foi logo perguntando: – Esquerdinha, você veio aqui para levar minha régua?
Cheio de estórias para contar, Seo Dinho se deliciava com as aventuras acontecidas no rancho da Cachoeira da Onça, com os inseparáveis amigos Aprígio, Luiz Carneiro, Perioto e Pé-de-Cabra.
Ana Keyla, Ana Paula e José Ricardo podem se orgulhar do pai, um homem que foi símbolo da pureza e da bondade entre nós.

Última Edição