SOS Rio Grande do Sul
Nós não temos noção da dor dos desabrigados.
Não sei se é pior pra aqueles que morreram afogados
Ou pros que ficaram vivos vendo os seus parentes levados.
Pega pra mim a boneca, pede a criança sonhando.
E o desespero daquele que se dispôs ajudando
Ao perceber que era o corpo de uma criança boiando.
Não tem poesia no mundo que descreva com clareza
Nós não sabemos no fundo se é culpa da Natureza
Ou é culpa dos governos que só pensam em riqueza.
Mas agora não é hora de defender A nem B
Que quem está sem casa agora só precisa de você.
Ajude com tudo aquilo que você puder fazer
Por mais que as águas baixem, talvez uns nunca mais achem
Sentido nessa jornada, pra quem perdeu quem amava.
Perder o que acumulava não significou nada.
O que agora podemos fazer é ajudar com o que temos
Pra os que perderam tanto.
Rio Grande do Sul!
Que Deus possa olhar pros filhos seus
E enxugar-lhes o pranto.
Iza Mara, poetisa