Zito, o grande capitão

Publicado em 19/06/2015 23:06

Coutinho, Edu, Menválgio, Pepe… Nomes como este, que entre 1960 e 1967, junto de Pelé e Dorval faturaram 14 títulos pelo Santos, voltaram a se reunir nesta segunda-feira, na cidade que os revelou para o mundo, mas, infelizmente, não era um jogo de futebol, a causa era triste: o único volante do time histórico do Peixe havia falecido no último domingo.
O nosso herói de hoje é José Ely de Miranda, simplesmente Zito, 82 anos, natural de Roseira – SP que iniciou carreira futebolística no Taubaté, em 1948 e depois defendeu o Santos F.C. de 1952 até 1967. Vestiu a camisa do peixe em 727 oportunidades e marcou 57 gols. Como capitão, levantou nove taças de títulos paulistas, quatro títulos nacionais, duas libertadores, dois mundiais, quatro torneios Rio-São Paulo e duas Copas do Mundo pela seleção brasileira, em 1958 e 1962.
“Seguramente, ele foi o maior capitão da história do futebol brasileiro”, disse o ex-ponta esquerda e canhão da Vila, Pepe.
“Zito foi como um pai para mim” foi a palavra do Rei Pelé.
“Ele orientava todos nós, até fora do campo, inclusive, quando fossemos ganhar dinheiro falava para investirmos” retrucou Dorval.
Para Coutinho, Edu e Mengálvio, Zito será sempre o eterno capitão, o maior líder que o futebol brasileiro produziu.
Dentro das quatro linhas, com a jaqueta do Santos ou da seleção, o volante aos gritos, incentivava, cobrava, xingava seus companheiros sempre exigindo garra. Nem Pelé escapava de suas broncas – até o eterno camisa 10 abaixava a cabeça ao ouvir as duras de Zito. Ele contagiava seus companheiros e assim fez do Santos, na década de 60, ser um dos maiores times da história. Nunca foi um grande lançador, nem tinha um chute potente. Embora tenha entrado para história como extraordinário jogador que desarmava as jogadas dos rivais, Zito foi um craque completo, habilidoso e criativo.
Clodoaldo, outro monstro da posição começou jogando com a oito ao lado de Zito. Ele conta de um gesto importantíssimo que ajudou a projetar na sua carreira. Num jogo contra a Portuguesa, no vestiário da Vila, Zito recebeu a camisa do técnico Antonio Fernandes, olhou o número, veio na minha direção e, me deu a cinco.
Zito foi responsável por revelar Diego, Robinho e Neymar na época em que trabalhava nas categorias de base do Santos. Encantado com o talento desse último, Zito usou de todos os artifícios para Marcelo Teixeira, então presidente do clube, fosse acompanhar um jogo do garoto. O cartola foi e acabou levando Neymar para Vila Belmiro.
Por conta dos seus 60 anos de história no Santos F.C., o eterno capitão foi homenageado mês passado no CT Rei Pelé. Recebido pelo atacante Neymar e pelo atual capitão santista Edu Dracena, o ídolo do Peixe foi presenteado com uma camisa do clube personalizada, com o número 60, com uma braçadeira de capitão e com as faixas de tricampeão paulista e da Libertadores.

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