Zulu
O nosso herói de hoje é um dos maiores esportistas da região.
É o baiano Nelson Alves Batista, o Zulu, nascido aos 25 de abril de 1938, na cidade de Xique-Xique.
Nos anos 60, Zulu foi jogador do Santa Fé F.C. quando o campo era onde hoje é o Ginásio de Esportes Antônio Ramon do Amaral, em frente ao Tênis Clube.
Certo dia, o time do Olaria, do Rio veio jogar na cidade contra a Raposa do Oeste Paulista. Durante a partida, Zulu, meia direita habilidoso, quis driblar Haroldo. Este que era um dos craques do time carioca tomou-lhe a bola e ainda deu dois ou três dribles no nosso herói, que ficou estatelado no chão. Não contente com a situação, o algoz passou lhe a mão na sua cabeça e disse: – “Você não sabe nada de bola…” Zulu, levantando e sacudindo a poeira, retrucou: – “Sai daí sô, cê ‘veve’ disso, mas ‘ieu’ sô gerente de banco.” Como mentira tem perna curta, no jantar de confraternização, Zé Guimarães ao conversar com o técnico adversário entregou o jogo. Na verdade, Zulu era contínuo do Banco Novo Mundo.
Zulu chegou a Aparecida do Tabuado em 1962 e foi jogar no Comercial Esporte Clube e depois foi integrante do Grêmio Recreativo Aparecidense.
Jogando pelo Grêmio, Zulu vendo que o time estava fraco na defesa pediu reforço ao técnico Osvaldo Pereira. Este, muito solícito, foi buscar um quarto zagueiro em Ituiutaba, Minas Gerais. Mas, junto veio um meio campista a tiracolo. Quando os dois chegaram ao clube, Zulu cumprimentou apenas o zagueirão e foi logo dizendo: – “Ieu mandei buscá só um becão, meio armador do time sou ieu, sô!”
Na década de 80 se tornou técnico de futebol. Sagrou-se campeão do Torneio Pitarão e da Copa Maciel. O seu amor pelo futebol era tanto que botava dinheiro do bolso para bancar até o transporte dos seus atletas, que naquela época era o caminhão. Na subida tinha de empurrar o bicho, na descida, segurar o desgraçado. Foi quando o saudoso Pompéia, um dos grandes goleiros da região disse: – “A gente vir jogar em Paranaíba tá certo, mas ‘priscisava’ trazer esta jabiraca?”
Depois da demissão do motorista da jabiraca, Zulu resolveu tirar carta. Assim, pediu para o despachante policial, facilitar as coisas e, conseguiu, na manha. O funcionário em contrapartida pediu segredo de estado para Zulu. A partida rolava solta quando o craque Alemão chegou. Valdir Perereca, que estava no banco de reservas, gritou: – “Tira o Jamil, que o cobrão chegou!” Zulu não aguentou a bucha e desabafou: -“Ieu ‘nan’ tiro ele não, ele me quebrou um ‘gaio’ lá na Ciretran, sô!”
Foi emocionante a homenagem, ao Zulu, realizada no AVA e organizada por João Borges da Silva, o popular Canhoto. Tinha até som ao vivo e um churrasco de primeira. Inédita também foi a confraternização de amigos que não se viam há 40 anos. Jogadores que foram protagonistas da fase de ouro do futebol aparecidense estavam presentes no evento: Maurinho, Braz e Sinvaldo, de Três Lagoas; Carlos, de Cardoso; Ortiz; de Campo Grande; Almir, de Ilha Solteira; Jaime, de Mirandópolis; Elenício, de São José do Rio Preto; Dindico, de Paranaíba; Marola, de Selvilha; Aureliano, Paulinho Zuri, Gino, Jorge Ale e Washington, de Santa Fé do Sul; Alemão, Chuvisco, Canhoto Preto, Mamão, Mirandinha, Pinduca, Takao e outros, de Aparecida do Tabuado; além de Robinho, prefeito e Silas Pereira, ex-prefeito de Aparecida do Tabuado, que foi um baluarte e o grande incentivador do esporte aparecidense.
Zulu aos 76 anos recebe o carinho e o abraço de todos aqueles com quem conviveu nesta incomparável jornada esportiva.
A alegria estampada no semblante de Zulu, da sua esposa Maurinda, dos filhos Evildo, Nelson Filho e Silvana e dos netos Rainer, Kislei, Gabriel. Henrique Rafael, Luana e Neto fez transmitir uma mensagem de paz, harmonia e amor!