A FOME

Publicado em 22/07/2022 00:07

As recentes medidas eleitoreiras do atual inquilino do Palácio do Planalto não atacam o problema da fome de modo integral, pois esse tema hoje é modernamente tratado como segurança alimentar.
A segurança alimentar tem quatro pilares: 1) disponibilidade; 2) acesso; 3) estabilidade e; por fim, 4) utilização.
Há correlação positiva entre pobreza e subnutrição.
Atualmente no Brasil há ‘evolução da pobreza’, pois em 2019 há 15 por cento abaixo da pobreza extrema. Índice ratificado pelo IBGE.
O índice GINI revela que, durante pandemia, os pobres ficaram mais pobres e os ricos mais ricos.
A característica da pobreza também revela que a ‘fome’ tem ‘cor’, pois ela incide mais sobre os pretos e pardos, do que sobre os brancos.
As principais causas da ‘fome’ no Brasil são:
a) baixos níveis de remuneração e alto índice de desemprego e informalidade,
b) modelo agro: exportador, pois não distribuiu renda e gera crescimento intersetorial menor que o necessário para absorver o crescimento da população.
As questões a serem enfrentadas, para ‘zerar a fome’ são:
i)geração de emprego e renda;
ii) previdência social universal;
iii) incentivo à agricultura familiar;
iv) intensificação da reforma agrária e, por fim;
v)Bolsa Escola e Renda Mínima.
São necessárias também políticas específicas, tais como: a) programa cupom de alimentação; b) doação de cestas básicas emergenciais; c) manutenção e estoques de alimentos e segurança alimentar e, finalmente; c) segurança e qualidade dos alimentos.
Com a pandemia verificou-se a redução de renda, além de consumo de alimentos ultra processados e redução de 85 % de alimentos saudáveis.
No Brasil, programas como reforma agrária faltando incentivo a desapropriação de terras; ao programa de habitação está sob o controle ‘privado’; a educação alimentar, não é prioridade; as centrais de abastecimentos de alimentos são estruturas velhas e arcaicas.
Além de inúmeras dificuldades técnicas institucionalmente há desmobilização popular e falta de canais de participação da população e a questão da ‘fome’, hoje não é prioridade política, faltando também regras e verbas no Orçamento e estamos, portanto, diante de um sério risco de retrocesso, tais como a destruição da rede de proteção social de políticas públicas e a reforma da previdência, o que leva a conclusão que não estamos no caminho de alcançar um índice ‘zero’ ou mínimo para a ‘fome’ no Brasil.
Precisa-se urgentemente de retornar políticas específicas de segurança alimentar, com valores adequados e fim de regras que impedem o investimento na questão alimentar, além de criação de programas municipais ou locais na questão alimentar.

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