AILTON KRENAK (NÓS, PRÓXIMAS FUTURAS LESMAS!)

Publicado em 13/10/2023 00:10

A Academia Brasileira de Letras tem um novo integrante, o indígena Ailton Krenak que como ele próprio disse que a ABL ao admiti-lo fez ingressar 200 línguas diferentes.
Krenak afirma que nós somos o meio e o ambiente.
As lições do indígena agora eternizado pela Academia é um alerta: “sobre a possibilidade de alcançarmos muito em breve, isso que os especialistas do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) chamam de ponto de não retorno é, na realidade, o alerta sobre a possibilidade do ecossistema terrestre parar de entregar para os humanos tudo o que temos recebido de graça até agora. Oxigênio, água, uma prosperidade escandalosa… Mas, como estamos imersos na mentalidade de uma economia capitalista global, queremos atribuir valor a tudo o que está ao nosso redor, inclusive o ar, a água, o bem-estar. É como se tivéssemos que medir a experiência de estarmos vivos.”
Diz ainda o homenageado: “Gosto de pensar que existe algo como uma entidade supranatural, aquilo que o James Lovelock chamou de hipótese de Gaia. Nessa teoria, a Terra seria Gaia, um organismo vivo com humor e inteligência, e não uma plataforma ‘plástica’, vamos dizer assim”.
Escreveu Krenak: “A gente já chegou perto demais do que o painel do clima chama de não retorno, sendo que para alguns biomas, por exemplo, a Amazônia, isso pode ocorrer em cinco anos. Se continuarmos derrubando, queimando, quebrando, em cinco anos ela perderá sua capacidade de se regenerar — se tornará um ecossistema combalido, doente”.
Krenak ressalta: “o ponto de não retorno é quando a biosfera do planeta vai parar de dar de graça para nós tudo o que tivemos até agora, e aí teremos que começar a pagar, literalmente, com as nossas vidas, tudo o que quisermos”.
A conclusão do indígena é estarrecedora: “A lesma não morre, mas pena para se mover.”

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