“CRACOLÂNCIA”
São Paulo, capital bandeirante, vem há anos ocorrendo no bairro da Luz em especifico no chamado “Fluxo da Cracolândia” se destacando como o maior território de inúmeras violações dos direitos humanos e da dignidade das pessoas em situação de sofrimento psíquico.O flagelo que atinge as pessoas usuárias de álcool e outras drogas, em especial o “crack” e mais recentemente o “K9”, que permanecem na Cracolândia, atua no campo da construção de pensamento da sociedade da forma que mais fornece ações no campo do “higienismo social” do que no cuidado de saúde ou assistencial.Difícil uma família que, nesse campo, não tenha alguém precisando de ajuda.A miséria, a falta de dignidade, o sofrimento mental, o uso e abuso de substâncias, não podem ser tratados de forma a fazer rupturas com esse sujeito.O poder público nas cidades é quem pode ofertar um cuidado mais humanizado e possível de obter avanços.Não podemos esquecer quantas pessoas e famílias saíram da “Cracolândia” com ações intensivas dos chamados “Consultório na Rua”, “UBS” e “Caps” com o programa “De braços Abertos” do Ex-Prefeito Fernando Haddad.As experiências passadas de Ações de Redução de Danos, “tendas” para higiene pessoal, alimentação, defensoria pública e comunidade local, como exemplo, em que muitas pessoas se beneficiaram dos hotéis de cuidados e famílias se formaram nesses espaços, se estruturam e seguiram suas vidas fora do tão “famoso” quadrilátero do “fluxo” da Cracolândia.Habitação, saúde, segurança, assistência social, educação e trabalho, devem apresentar propostas unificadas entre si para garantir que essas pessoas tenham acesso a esses direitos, principalmente nas nossas cidades da região, acentuados pelos problemas pelo uso do álcool para, no futuro, não vermos aqui no interior instaladas algumas pequenas “Cracolândias”.A vigília tem que ser constante para superação e essa luta há que ser pessoal e coletiva. O poder público deve ser atento para também cuidar da dignidade das pessoas.