UM BATE-PAPO DO “LIXO” AO RACISMO AMBIENTAL
“se um dos macacos comer mais bananas que o necessário, prejudicando ao grupo, iríamos “estudar” essa relação desigual causado por esse primata. Os humanos que assim fazem vão para a capa da revista Forbes” – Emir Sader
O nosso planeta é a nossa “aldeia”, nossa casa, nossa morada.
Por isso, não jogamos lixo “fora”, apenas descartamos nossos resíduos, por nós produzidos, decorrente de nosso consumismo, incentivado pelo sistema capitalista.
Todo lixo é “jogado” no Planeta Terra. Não se joga “lixo fora” …
Quando você “se livra” de seu lixo tem que entender que nós somos parte da natureza, do Planeta.
“Jogar lixo “fora” seria quase impossível…O lixo não é descartado na “lua”, ficando na nossa aldeia.
O momento é de se refletir como vamos fazer para minimizar os efeitos dessas e outras mazelas.
É assim que se dá no surgimento da era do “capitaloceno” ou “antropoceno” que mais parece uma nova era geológica em substituição ao holoceno. Capitaloceno, porque essa era surgiu juntamente com o surgimento do capitalismo ou antropoceno, porque o homem é o centro da destruição de nosso Planeta. Capitaloceno é conceitualmente, em suma, valorizações econômicas capitalistas de apropriação da natureza e dos territórios. O homem se torna impulsionador da degradação ambiental. Basta observar que o homem que representa 0,01 por cento já eliminou 83 por cento dos mamíferos.
A precificação virou assunto da “modernidade”.
Chegou-se ao “preço” da água, mas a água não é mercadoria. Pior ainda a “privatização” d´água. 97,5 da água no nosso planeta é água salina, dado que revela que o acesso a água merece especial preocupação e atenção.
A “pegada ecológica”, enquanto uma metodologia de contabilidade ambiental que avalia justamente o impacto do consumo sobre os recursos naturais conclui que no ano de 2025 é para 7 de maio que nós vamos “gastar” o que a Terra tem. Cada vez mais “gastamos” o que a Terra pode dar…
Decorrência dessa “exploração” da Terra surgiram-se os eventos (extremos) climáticos e que vão atingir pessoas de realidade histórica minoritária, como, por exemplo, em São Sebastião os caiçaras que foram para os morros, nas áreas de riscos. Cidade como a capital paulista que, impermeabilizada, canalizaram os rios, como o Rio Tietê e aí os rios afluentes começam a “criar” enchentes, geralmente para os mais pobres. Isso a gente chama modernamente de racismo ambiental, pois os excluídos aumentam e sofrem mais os efeitos ambientais.
A injustiça climática atinge no mundo mais as regiões tropicais, como boa parte do Brasil e preferencialmente os que já vêm normalmente sendo excluídos ao longo da história.
Assim estamos diante do Racismo Ambiental e Climático que existe e é, em síntese, o processo de discriminação e injustiças sociais que populações compostas por minorias étnicas sofrem, devido à degradação ambiental e em decorrência das mudanças climáticas e tudo começa com o “lixo” jogado “fora” …