Nosso Esporte
Por Hugo Leão.
O ‘legítimo Tite’ era bom de bola e perdeu o apelido para o técnico famoso
Tite. Quatro letras que conquistaram o Brasil nos últimos meses. O técnico virou unanimidade por levar a seleção brasileira a reencontrar o bom futebol e fazer as pazes com a torcida. Mas o que poucos sabem é que Adenor Leonardo Bacchi ‘roubou’ o apelido de um outro Tite. Bem menos famoso, mas que também ganha a vida com futebol. O ‘empréstimo’ do codinome do companheiro deu tão certo que o Tite famoso ficou com ele até hoje.
O legítimo Tite não convive com os holofotes e leva uma vida pacata. Mas as coincidências com o homônimo não se restringem ao nome. Altemir Gauer, que desde pequeno é conhecido como Tite, também é de Caxias do Sul-RS e tem paixão pela bola.
Há anos, dá aulas de educação física em duas escolas e é árbitro federado de futsal.
Foi há mais de 40 anos que as vidas dos dois se cruzaram. Eles eram colegas de sala e jogavam bola no time da escola Emilio Meyer. Tite ainda era Ade na época e jogava de ponta direita, enquanto Altemir atuava pela ponta esquerda.
Um dia, eles enfrentaram o time de outra escola que, curiosamente, era treinado pelo técnico Luiz Felipe Scolari. Felipão convidou os dois para um teste. Tite (o verdadeiro) não compareceu. Já Ade aproveitou a chance. Foi quando ouviu do comandante: “Tu não tem nome de jogador de futebol. Fica com o apelido daquele seu colega bom de bola que não veio”. Há uma outra versão de que Felipão teria apenas confundido os nomes. Fato é que naquela ocasião Ade virou Tite para sempre.
O destino tratou de agir e de afastar os dois amigos. Eles perderam contato e nunca mais se viram. Mas até hoje, vez ou outra, Altemir é traído pelos pensamentos. Já se pegou fazendo um exercício de adivinhação do que teria acontecido se tivesse aceitado o convite.
“Arrependimento não sinto, mas se tivesse ido estaria no mesmo nível do Ade. Não sei se seguiria como técnico, mas como jogador sim. Mas eu penso que se eu não fui, não era para ir. Eu fiquei meio sozinho, perdido, era muito tímido, muito inocente e acabei fazendo outras atividade e não deu”, disse ele, que não se importa de dividir o apelido.
“Estou tranquilo, é meu apelido que ele pegou, mas não tem rancor, mágoa, ciúmes, nada. O apelido foi parar no Ade e isso faz parte da vida. Fico contente por ser uma coisa tão positiva”.
Altemir diz que levava vantagem em campo, mas que Tite, o famoso, já mostrava talento para comandar. “O Ade quebrava o galho. Eu era considerado o bom de bola. Eu jogava bem melhor, tinha bom passe, drible. O Ade era mais devagar, levava vantagem no tamanho, mas com a bola no pé eu que me destacava. Mas ele sempre gostou de falar bem e tinha facilidade na parte teórica, no estudo, depois fez educação física, talvez seja por isso que ele optou por ser técnico. E ele gosta de cativar as pessoas, já era muito ligado à família, talvez isso o ajudou bastante”.
Palmeiras pode ser campeãodo Brasileirão amanhã
O Palmeiras empatou por 1×1 com o Atlético-MG no Independência na noite de quinta-feira. Com o resultado, o time alviverde pode ser campeão brasileiro amanhã, contra o Botafogo, no Allianz Parque.
O empate fora de casa ainda serviu para tirar qualquer chance de o Atlético-MG erguer a taça, entre os dois times a diferença é de dez pontos, faltando três rodadas para o fim do campeonato.
Dessa forma, só dois times brigam com o Palmeiras para ser campeão: Santos e Flamengo. O time da Vila está a quatro pontos do líder, enquanto os cariocas precisam tirar cinco pontos em relação à equipe de Cuca.
De qualquer forma, mesmo vencendo o Botafogo, o time terá de esperar 2:30 horas para saber se é campeão, pois o jogo do Flamengo contra o Coritiba será iniciado às 19h30 – o Palmeiras entra em campo às 17:00 horas, assim como o Santos.
Para dar a volta olímpica o Palmeiras precisa vencer o Botafogo; torcer para o Santos perder para o Cruzeiro e, para que, no máximo, o Flamengo empate com o Coritiba.
Chapecoense: da quase falência à elite da série A
A ACF – Associação Chapecoense de Futebol – é a caçula da elite futebolista, mas está surpreendendo grandes e tradicionais clubes. Com 43 anos de fundação, o time de Chapecó, Santa Catarina, chegou à série A em 2013, com estádio pequeno e poucas condições de uma equipe de ponta.
A Chapecoense ganhou os holofotes devido às dúvidas quanto a sua participação, há quem diga que o time, a princípio, brigaria apenas para não ser rebaixado e deixar a elite em uma participação curta, no entanto, apesar de dirigentes já terem afirmado que era este realmente o objetivo, eles não esperavam que o time fosse tomar grande força dentro de seu estádio, intimidando grandes como o São Paulo, Palmeiras e Flamengo.
O time, diferentemente do futebol apresentado pelas outras equipes, joga de forma mais cautelosa e estratégica, assim, os jogadores ficam equiparados quanto ao nível de habilidade que é abaixo de atletas de times maiores.
O que mais assusta os adversários – além da estratégia mostrada em campo – é o fato do time ser o único da série A que não possui dívida. O Chapecó quase faliu – é verdade – mas, pagou suas dívidas e hoje é uma das equipes que mais apresentam expectativas de crescimento.
Apesar de hoje estar em 10º lugar no Brasileirão, a Chapecoense está a frente do São Paulo, Cruzeiro e Internacional, e poucos pontos atrás do Fluminense (9º), Grêmio (8º) e Corinthians (7º).
Em estatísticas divulgadas no fim do ano passado (relatório anual), a Chapecoense está na 24º posição do Ranking Nacional de Clubes, dos 223 classificados no ranking da CBF.