Dia 2 de outubro: sonhe pelo bem de todos

Publicado em 30/09/2016 00:09

Miguel de Cervantes Saavedra, escritor espanhol, foi um grande romancista, autor do livro “Dom Quixote de La Mancha”, que foi lançado no ano de 1605 e até hoje é considerado um dos melhores romances já escritos no mundo.
Nesta obra, além de eternizar os personagens Dom Quixote e Sancho Pança, o cavaleiro de visão “imaginária” e o seu fiel escudeiro, respectivamente, que saem pela Espanha em busca de aventuras, Miguel de Cervantes também perpetuou a seguinte frase: “Quando se sonha sozinho é apenas um sonho. Quando se sonha juntos é o começo da realidade”.
Tamanho o impacto da frase escrita por Miguel de Cervantes, a mesma acabou repetida e utilizada por diversas outras personalidades da história da humanidade.
John Lennon, músico, guitarrista e um mito do rock, por ser um dos fundadores da banda britânica “The Beatles”, assim como sua esposa, a cantora e artista plástica Yoko Ono, com quem Lennon foi casado até o dia 8 de dezembro de 1980, quando foi assassinado por um fã em Nova York, são conhecidos por repetirem uma versão da célebre frase: “A dream you dream alone is only a dream. A dream you dream together is reality”; em portugês: “Um sonho que você sonha sozinho é apenas um sonho. Um sonho que você sonha junto é realidade”.
Devido à forte propagação da frase dita pelo músico britânico, que é uma clara reprodução da que foi escrita por Cervantes, muitas pessoas, erroneamente, atribuem a autoria principal da mesma à Lennon.
Em 1974, o cantor e ícone da música brasileira, Raul Seixas, eternizou outra versão da frase em sua música “Prelúdio”, que assim dizia: “Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade”.
Mais uma vez, devido ao forte sucesso da música de Raul Seixas, muitos passaram a atribuir ao cantor a autoria da frase.
Por último, o bispo católico, Dom Helder Câmara, mais um brasileiro, este muito conhecido por lutar por melhores condições de vida para os mais pobres, bem como por denunciar as torturas ocorridas no período da ditadura, também deixou uma versão da famosa referência do romancista espanhol, fazendo um pequeno “adendo” ao final desta: “Quando se sonha só, é apenas um sonho, mas quando se sonha com muitos, já é realidade. A utopia partilhada é a mola da história”.
Para aqueles que agora questionam “o que há por trás” da explicação da frase de Miguel de Cervantes e de todas as suas versões posteriores, esclareço que a mensagem é simples, pura e direta.
Neste domingo, 2 de outubro, milhões de brasileiros irão às urnas para escolherem os seus representes no Poder Executivo e Legislativo municipal.
Apesar da individualidade do voto, quanto à forma de exercer esse direito, muito importante atentar-se ao viés coletivo que esse poder – pois, de fato, é um grande poder do cidadão – carrega em sua essência.
Se na hora de escolher esses representantes for visado apenas o caráter individual do benefício que essa escolha trará, seja por motivos pessoais diretos ou indiretos, como promessa de “cargos” (empregos) para si ou para um familiar, amigo ou conhecido, bem como qualquer outra espécie de vantagem, seja “pecuniária” (dinheiro) ou relativa a “prerrogativas de poder” (influência) para si ou para outrem, claramente, você, cidadão, estará “sonhando sozinho”. Portanto, por mais que aparentemente isso dure, será “apenas um sonho”. Passageiro, apesar de qualquer impressão contrária.
Contudo, se no momento da escolha desses representantes você refletir o impacto que isso terá na vida do coletivo, do próximo, você terá a oportunidade de escolher certo. Você estará alcançando o momento em que “se sonha juntos”, e, como disseram tantos no decorrer da história, primordialmente, Cervantes, este “é o começo da realidade”.
Sonhe pelo bem de todos, vote consciente e inicie uma nova realidade.

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