O moinho de vento

Publicado em 11/03/2016 23:03

Procurando alguns arquivos esta semana em meu computador, encontrei um pequeno texto escrito por mim há cerca de dois anos, no início de 2014.
Como tenho o costume de escrever muito acabo acumulando material demais em meus arquivos e, algumas vezes, ou não consigo encontrar algo que me recordo vagamente ter escrito a respeito, ou sequer me recordo que escrevi acerca de determinado assunto.
Esse texto que trago abaixo é a segunda situação.
Mesmo o tendo escrito há, relativamente, pouco tempo, e enviado o mesmo na época para publicação nesse semanário, confesso que havia me esquecido completamente do seu conteúdo.
Confesso também que existe uma sensação muito boa para quem escreve que é a de ler algo escrito por si mesmo, após determinado período, e parecer que aquilo veio de outra pessoa.
Na verdade, não era outra pessoa, mas, certamente, a mente que estava refletindo o prospecto de um outro momento pelo qual, possivelmente, eu passava (e sinceramente não me recordo), de modo que aquilo acabou refletido nestas palavras.
O nome do texto é “O moinho de vento” e o tema é “mudanças”. Confira:
O que seria do mundo sem as mudanças?
Se desde os primórdios da civilização o homem tivesse lutado contra o curso natural da vida de “evoluir, mudar e adaptar”, como seria hoje a nossa realidade? Estaríamos ainda habitando cavernas, arrastando mulheres pelos cabelos e caçando animais selvagens para sobreviver?
É propriamente humana essa característica de temer o desconhecido e rejeitar as mudanças.
Gostamos daquilo que sabemos como funciona e que podemos controlar, mesmo que, às vezes, as coisas não estejam como esperávamos, ou que saibamos que é possível melhorar se arriscarmos. Porém, estamos tendenciosamente programados para adiar esse momento, usufruindo internamente da sensação ilusória da segurança de ter o controle.
Quando aceitamos que a evolução é uma constante, e que por trás dela há uma grande fonte de crescimento da alma e do saber, nos dispomos, apesar de toda sabedoria que temos, à experiência humilde e humana de aprender.
Utilize a força da mudança para construir um ser interior melhor e mais preparado para as adversidades da vida.
Escreveu certa vez, brilhantemente, Érico Veríssimo: “Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento”.
Construa o seu moinho de vento, mude com sabedoria e evolua com humildade.

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