Política: seja inteligente

Publicado em 23/07/2016 00:07

Estaremos adentrando, em breve, o período eleitoral, que cessará com as eleições municipais deste ano, de modo que cabe aqui fazer uma importante reflexão acerca de alguns pontos relevantes e que merecem ser entendidos ou reforçados.
O primeiro ponto crucial é o respeito.
O escritor francês Alfred Montapert, autor da obra “A Suprema Filosofia do Homem: As Leis da Vida”, escreveu certa vez: “Nem todos podem tirar um curso superior. Mas todos podem ter respeito, alta escala de valores e as qualidades de espirito que são a verdadeira riqueza de qualquer pessoa”.
A frase de Montapert é certeira.
Independentemente da formação educacional ou profissional, que pode ser a mais distinta ou inexistente, todos nós podemos (e devemos) ter respeito, conservando nossos valores e qualidades que são a verdadeira e maior riqueza que possuímos como seres humanos.
Desse modo, não importa o “quão bom” o seu partido, candidato, ou as ideias dele sejam, primeiramente você deve se preocupar com o quão virtuoso será o seu respeito pelos demais, em especial aqueles que discordam do que pensas.
Nesse aspecto, inclusive, primordial falarmos também da questão da perspectiva, que de tão poderosa que é, ajudou o grande líder indiano Mahatma Ghandi a se tornar um lendário negociador.
Isso só foi possível graças a sua capacidade de enxergar as situações sobre várias perspectivas, o que lhe permitia ser mais flexível em seu pensamento e suas ações.
Tamanha a sua habilidade, certo dia ele provocou o fim do Império Britânico simplesmente por ter sido flexível o suficiente para enxergar aquela situação de domínio sob a perspectiva de seus opositores.
Essa habilidade, que na verdade, como já dito, é um poder, também deveria ser um “dever” atrelado a consciência de todo ser humano, em quaisquer vertentes da nossa convivência. Em especial na política.
Algumas pessoas possuem certas opiniões e posicionamentos tão arraigados em sua mente, que não dá para puramente arrancar isso de dentro delas e plantar aquilo em que você acredita.
Até mesmo porque, como afirmou o mestre da filosofia, Friedrich Nietzsche, “não há fatos eternos, como não há verdades absolutas”.
Ou seja, aquela “verdade” que você espalha aos quatro cantos, pode não ser tão verdadeira assim para os outros. Pelo menos, em algumas situações, mesmo que seja, na mente de alguns jamais será.
Compreende?
Então compreenda também que é fundamental saber separar aquilo que é uma “verdade” daquilo que é a sua opinião.
Nesse ponto, cabe mais uma reflexão: a diferença entre opinião e dogmatismo.
Opinião é aquilo em que se acredita, podendo ser considerada uma ideia ou juízo a respeito de algo ou alguém, que poderia ser verdade, mas, carece de confirmação. Resumindo: é o modo de se ver, pensar ou deliberar (entre outras) a respeito de alguma coisa ou pessoa.
Já o dogmatismo é a tendência dos indivíduos em acreditarem e crerem em algo como verdadeiro e indiscutível. Ocorre quando se considera uma verdade absoluta e indiscutível, sem, no entanto, serem estas revisadas ou criticadas. Resumindo: é crer cegamente em algo sem admitir contestação ou prova em contrário.
Apenas uma rasa leitura já revela a diferença gritante – que alguns preferem não ouvir – entre uma e outra.
Portanto, reflita bem sobre esses e muitos outros pontos durante esse período importante e conturbado.
Afinal: a política – enquanto período – passa, mas a sua convivência com os demais, de um modo ou de outro, permanece.
Seja inteligente.

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