Ponto para o empreendedorismo

Publicado em 3/09/2016 00:09

Indiscutivelmente o país atravessa um momento difícil no que tange a economia.
Contudo, como sempre disse e acredito, para quem tem visão estratégia, confiança e determinação, não há crise econômica alguma que possa desanimar.
São duas as piores crises que, por vezes, nos assolam: a de confiança e a de ideias.
Para reforçar essa mentalidade, deixando aqui o alerta para que escapemos dessas armadilhas que nós mesmos criamos, gostaria de contar a história de sucesso de King Camp Gillette, criador do que hoje é a 26ª marca mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 20,4 bilhões pela revista Forbes.
Gillette nasceu no ano de 1855, em Fond Du Lac, localizada no estado norte-americano de Wisconsin, tendo se mudado, logo cedo, para Chicago, onde sobreviveu a um grande incêndio que atingiu a cidade em 1871.
Em razão de seu pai ter perdido tudo na tragédia, o jovem se viu obrigado a trabalhar como vendedor para ajudar no sustento da família.
Por duas décadas ele trabalhou em inúmeras companhias como caixeiro viajante, sendo que, nas horas vagas, Gillette gostava de se arriscar em pequenas invenções.
Em meados de 1880, a vida do jovem começou a mudar quando ele ouviu o conselho do dono da companhia em que ele trabalhava, que sugeriu a Gillette que investisse em algum produto parecido com as tampinhas de garrafa que a empresa fabricava: algo que fosse jogado fora após o uso, mas que as pessoas tivessem de adquirir novamente.
A ideia ficou na cabeça do jovem, que então, em 1985, notou que, apesar de existirem inúmeros modelos de lâmina de barbear, havia espaço para aperfeiçoar o produto, tornando-o mais seguro aos usuários e, ao mesmo tempo, descartável.
Após ter conseguido apresentar a primeira patente do produto, cerca de quatro anos depois, o jovem era constantemente desencorajado a desistir de sua ideia por pessoas que afirmavam ser tecnicamente impossível produzir lâminas de aço fino, duro e suficientemente barato para serem descartáveis.
No entanto, em 1900, a sorte de Gillette mudou quando ele conheceu William Emery Nickerson, um homem sem tino para negócios, mas que era um inventor vinculado ao famoso Institututo de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), tendo o mesmo se tornado seu sócio.
No ano seguinte a dupla criou a Gillete Safaty Razor Company, mas as vendas da empresa foram simplesmente decepcionantes, tendo sido comercializados apenas 51 aparelhos e 168 lâminas descartáveis.
Apesar deste fracasso inicial, eles seguiram trabalhando arduamente para aperfeiçoar o aparelho, sendo que, já no ano de 1903, Nickerson enfim terminou de desenvolver as máquinas que possibilitavam a produção em série das lâminas, obtendo Gillette então o apoio financeiro necessário ao projeto dos dois.
Com isto, as vendas da empresa dispararam, chegando a 90 mil aparelhos e mais de 12 milhões de lâminas vendidas no país.
Apesar de em 1908 a companhia já contar com fábricas no Canadá, na Inglaterra, na Alemanha e na França, foi durante a Primeira Guerra Mundial que o produto se tornou um sucesso global, uma vez que a empresa passou a fornecer aparelhos e lâminas para os 36 milhões de soldados norte-americanos que entraram em combate, difundindo aquele novo método de barbear.
No final da guerra, centenas de milhares de jovens adquiriram o hábito de se barbearem em casa, ao invés de irem ao barbeiro.
Atualmente estima-se que cerca de um bilhão de pessoas utilizem um produto Gillete todos os dias.
Uma coisa é certa: se o jovem Gillete tivesse se acomodado com a sua situação de vida, ou dado ouvido as críticas e descrenças dos outros, talvez, nada disso teria acontecido.
Ponto para o empreendedorismo.

Última Edição