Voz
Acho “incrível” a capacidade que algumas pessoas possuem em manter-se neutras em determinados assuntos.
Quando este é um cidadão comum, ainda pode-se dizer que sua atitude é natural e até mesmo aceitável.
Porém, quando este possui alguma função que exige – mesmo que não explicitamente, mas, sim, moralmente – o estabelecimento de um posicionamento, isto torna-se ridículo.
Nunca me proporia a este papel, portanto, como advogado e, principalmente, como colunista deste nobre semanário de importância insigne, sempre trarei aqui, e em quaisquer outros meios de comunicação existentes, a minha humilde e modesta (mas, firme) opinião sobre os mais variados assuntos em que possuir convicção de ser capaz de tecer observações e comentários.
Quero destacar aqui que um dos motivos que mais me orgulham em pertencer à Santa Fé do Sul é perceber que, em geral, a nossa população também é assim.
É com extrema alegria que noto um grande número de pessoas participarem ativamente do cotidiano de nossa cidade, seja no aspecto social, cultural ou político.
Isto é importantíssimo.
O nosso povo tem voz, e é esta voz que ajuda a, não apenas, contar a nossa história, mas também a ditar as mudanças e as evoluções que se fazem necessárias em nossa terra.
Apesar de muitos participarem de alguns cenários, como o político, apenas apoiados em interesses próprios e individuais, ao invés de ideais, na grande maioria está presente a verdadeira gana de semear a prosperidade neste solo.
Uma coisa afirmo: o dia que algum interesse pessoal fazer com que eu me cale diante de uma situação onde deva estar presente o meu conceito, estarei morto.
Talvez não em carne, mas, pior que isso, em vida.
No entanto, isso não ocorrerá.
Minha voz não se calará.
Em 1959, durante uma entrevista à rede BBC, o grande filósofo Bertrand Russell deixou dois recados para a humanidade, supondo que eles pudessem ser vistos apenas mil anos depois daquele dia. Um conselho era intelectual e o outro moral.
O intelectual: “Quando você está estudando um assunto, ou considerando alguma filosofia, pergunte a si mesmo, somente. ‘Quais são os fatos? ’. E, ‘qual é a verdade que os fatos revelam? ’. Nunca se deixe divergir pelo que você gostaria de acreditar ou pelo que você acha que traria benefícios às crenças sociais se fosse acreditado. Olha apenas e somente para quais são os fatos”.
O moral: “O amor é sábio, o ódio é tolo. Nesse mundo que está ficando mais interconectado, nós temos que aprender a tolerar uns aos outros, nós temos que aprender a aceitar o fato de que algumas pessoas dizem coisas que não gostamos. Nós só podemos viver juntos dessa forma, se nós vivermos juntos e não morrermos juntos. Nós precisamos aprender a bondade da caridade e da tolerância. O que é absolutamente vital para a continuação da vida humana nesse planeta”.
Esses são dois conselhos que trago afincados em minha alma, e que espero que todos, de uma forma ou de outra, também possam ter em mente.
Por fim, aproveito para deixar agora o meu próprio conselho, imaginando que este possa ser lido somente daqui há 10 anos, quando esta página virar “tapete” de algum carro, ou “embalagem” para algum pescado:
Respeite a opinião alheia, principalmente quando ela for contrária a algo que você crê ou defende. Brade menos e procure ouvir mais. Oportunize-se da imperdível chance de ver tudo aquilo que você acredita sobre outra perspectiva. A sua opinião pode não mudar com a do próximo, mas, talvez, a sua atitude faça isso com ele.