A audiência que interessa
Quando criei o Café Brasil em 2003 com a intenção de oferecer um ambiente onde ideias fossem debatidas fora das amarras das mídias tradicionais, sabia que teria de focar em três pilares: criação de conteúdo, distribuição e audiência.
A criação de conteúdo era o mais fácil, essa é minha praia. A distribuição envolvia basicamente tecnologia e marketing. E aí foi uma questão de erros e acertos até encontrar o parceiro que conseguisse suprir não só as necessidades básicas, mas acompanhasse as mudanças que acontecem a cada minuto. Do marketing falo depois.
Já a audiência…
Comecei com cerca de 300 contatos que eu tinha, que com tempo cresceram para 3 mil, depois 30 mil e por aí em diante. Com a chegada das mídias sociais a coisa ampliou, os podcasts ajudaram e pronto! Eu tinha uma audiência proprietária, que não dependia de alugar um espaço num jornal, numa revista, numa rádio ou televisão para ser alcançada. Surgiu então um novo desafio: que tipo de audiência interessa? Volume ou qualidade? Volume traz grana e emburrece a gente, pois é focado no mínimo divisor comum. Qualidade faz a gente crescer… e pode dar grana. E foi aí o foco: qualidade da audiência. O que aprendi? Que a audiência que interessa…
… quer conteúdo provocativo, com opinião, que não fique em cima do muro, que fuja do senso comum;
… contesta, discute, fica brava e me obriga a ficar atento todo o tempo;
… quer participar, quer compartilhar uma visão, quer opinar, quer se sentir parte do processo;
… aceita, e de certa forma até mesmo exige, ideias que sejam contrárias às suas, pois sabe que são elas que ampliam sua visão de mundo;
… é extremamente receptiva aos meus chamados para colaborar;
… sabe que a discussão produtiva das ideias exige educação e respeito;
… tem a consciência de que, como disse Aristóteles: “Não se pode conceber o ‘muitos’ sem o ‘um’”.
… é generosa e se diverte comigo.
Percebeu? A audiência que me interessa é muito diferente daquela que assiste o Faustão e para quem os marqueteiros vendem xampu. E a audiência que interessa faz o marketing que interessa, num nível de engajamento impensável quando comparado àquele obtido pelas mídias tradicionais.
Muito bem. Foi assim então que chegamos a alguns números expressivos: 170 mil curtidores no Facebook, 200 mil ouvintes nos Podcasts, 8 milhões de downloads por ano, 100 mil ouvintes nas rádios, 100 mil visitantes únicos/mês no Portal Café Brasil. Números expressivos, mas tímidos diante dos campeões das mídias sociais e celebridades. Mas não importa. Pelo nível de engajamento, interesse e vontade de se incomodar, cada componente da minha audiência que interessa vale por 1000 daqueles que buscam apenas passatempos.
A audiência que interessa valoriza seu tempo de vida.
Esta madrugada demos mais um passo. Lançamos na Confraria Café Brasil um processo revolucionário ao entregar a cada Confrade seu feed individual, – Individual Custom Feed – que é algo novo, levando os conceitos de liberdade, exclusividade e comodidade a outro patamar. Liberdade, porque o ouvinte/leitor/espectador pode determinar o que vai receber no feed. Exclusividade, pois alguns conteúdos são exclusivos para assinantes que, num próximo passo, poderão ser segmentados ainda mais. E finalmente, comodidade, que reúne a facilidade de receber automaticamente no smartphone ou computador, sem qualquer esforço extra, conteúdos exclusivos, personalizados, de forma rápida e sem complicações.
O período entre 23:30 e 01:45 em que fizemos os testes com 30 “confrades” dentro de nosso grupo no Telegram foi sensacional. Todos participando, vibrando, dando retorno imediato, reportando os problemas e reagindo conforme amarrávamos as pontas… Foi então me deu uma luz!
Cara, descobri que não tenho audiência! Tenho torcida.
E isso muda tudo.
A Confraria Café Brasil está nascendo, convido você a conhecê-la acessando o www.portalcafebrasil.com.br e clicando no banner “Fitness Intelectual para quem quer cérebro tanquinho”.
Depois é correr pro abraço.