Vivo tranquilo
O episódio 33 do podcast Os Comentadores abre com um trecho de um dos textos que publiquei no Facebook no dia anterior ao segundo turno, uma espécie de carta aberta a Aécio Neves:
“Meu voto é seu por uma infinidade de razões que não pretendo repetir aqui, mas basicamente pela expectativa de que teremos mudanças. Assumi um risco, coloquei minha cara à tapa, defendi o senhor e apostei numa proposta que acredito ser a melhor para o Brasil. Ao explicitar meu voto perdi centenas de curtidores que ou deixaram de curtir a página ou foram bloqueados por falta de educação em seus comentários. Vários me escreveram decepcionados com minha escolha, outros saíram por aí falando mal de mim, alguns simplesmente me deletaram de suas vidas. Acho que perdi também alguns trabalhos, mas acredito que valeu a pena.”
Ouça o podcast aqui: http://bit.ly/1uwfdeh . A conversa sobre o assunto é muito boa.
Pois bem. Perdi, do final de agosto à semana pós-eleições, entre os que descurtiram e os que bloqueei, cerca de 150 pessoas na página do Facebook. E nesse mesmo período ganhei quase 4000 curtidores!
O que é que isso quer dizer?
Que as pessoas estão em busca de opiniões claras. Que querem ler ou ouvir quem não fica em cima do muro, não importa se a pessoa é contra ou a favor. As pessoas querem transparência. Ter opinião é fundamental para navegar no tsunami de informações que nos afoga diariamente.
Felizmente a maioria dos comentários que recebo traz elogios, mas a maioria dessa maioria começa assim: “Caro Luciano, embora eu nem sempre concorde com suas opiniões…”. Eu acho ótimo! E quando recebo um comentário demonstrando que a pessoa captou as ironias, os subtextos, e traz uma argumentação contrária de alto nível, tenho um orgasmo intelectual. Gente que, ao discordar de mim, me obriga a pensar, a buscar mais argumentos, me faz crescer! Mas isso só acontece quando os interlocutores têm educação, se respeitam e querem o mesmo: um país mais justo e melhor. Discordam dos meios para chegar lá, mas são capazes de conviver harmoniosamente. Isso é bom para todos.
Enfim, havendo boa educação e respeito é possível pensar totalmente diferente de outra pessoa e conviver em harmonia com ela.
Mas tem que ter boa educação e respeito.
Resumindo: torço diariamente para receber comentários de gente que pensa diferente de mim, com atitude educada e argumentos sólidos que me façam repensar minhas crenças e valores. Quando isso acontece, eu cresço.
Mas se você está entre os que simplesmente não gostam da minha opinião, da minha voz, do meu pensamento, do meu programa, do meu estilo, o recado é simples: o problema é seu.
E assim vivo tranquilo.