AMIGOS PARA SEMPRE II
Amigos todo mundo tem. É igual família. Ninguém nasceu do ovo se não for pinto ou outra ave ou réptil qualquer. Pode ser uma família grande, assim como uma turma grande de amigos.
E todas as famílias tem briga de vez em quando ou de vez em sempre. Entre amigos, também. Só que em menor proporção. Até porque a gente convive menos com os amigos e a gente só encontra quando tem vontade.
Mas a verdade é que com família ou com amigos se quisermos manter um bom relacionamento é preciso engolir sapo em ambos os casos. Todos nós temos amigos fáceis de conviver e amigos difíceis de aturar. Principalmente quando a pior idade chega, as manias aumentam e a falhas de caráter se acentuam.
Sem contar que pelo fato de passarmos muito tempo longe de alguns deles, passamos a desconhecê-los ou chegamos à conclusão de nunca os conhecemos de verdade. Tem sido assim comigo.
Nos últimos anos, em que eu minha turma de escola passamos dos 60, os filhos voaram do ninho e todas querem exibir os netos, bateu uma vontade comunitária de se reencontrar e relembrar a melhor fase das nossas vidas. Tudo é motivo para marcar em encontro: Natal, Páscoa, Dia do Trabalho, Dia da Sogra, Tiradentes, aniversários e velórios.
Velórios em particular estão um tanto quanto proibidos, pois temos um pequeno grupo de três que são comparadas à Hebe Camargo, Lolita Rodrigues e Nair Belo.
Quem não sabe como foi a amizade das três se estiver à toa, pega no YOU TUBE uma entrevista delas no Jô Soares. É prá lá de cômico. Mas somos mesmo assim: brigamos o tempo todo, uma sacaneia a outra, de vez em quando escapa em público um segredo escondido há décadas e o carinho e as gargalhadas comem solto.
Sem contar que nos proibimos de frequentar qualquer velório juntas. Os vexames já foram inúmeros. Lá pelas tantas, seja de quem for o velório, alguma coisa inusitada acontece que faz com a gente não consiga parar de rir a não ser que abandonemos o recinto , o defunto por mais chegado que seja, e vamos saindo de fininho para fugir do constrangimento. Prometemos não frequentar o nosso próprio velório para não nos faltar com o respeito à nossa velha amizade.