AMOR E SEXO

Publicado em 15/10/2016 00:10

Equivocados estão aqueles que acreditam que sexo e amor andam juntos. Muito dificilmente isso acontece. O amor se mostra um sentimento interpessoal. A gente não faz amor. Sentimos amor por alguém e fazemos sexo, ou seja, proporcionamos prazer a alguém e a nós mesmos. O sexo não é necessáriamente interpessoal já que para amar dependemos de outro alguém e isso torna o amor, na maioria das vezes, um sentimento doloroso, pois depende de algo fora de nós.
O sexo é prazer. Prazer positivo que não depende de sofrimento prévio. O ser humano descobre o prazer no final do primeiro ano de vida quando, ao se tocar, descobre sensações prazerosas. Depende apenas dele mesmo. Para ser feliz amando outra pessoa é necessário que ambos sintam paz, sejam cúmplices, tenham afinidades, sintam orgulho do outro e que cultivem principalmente amizade, carinho e respeito. É um prazer negativo já que dificilmente o outro ser corresponde às nossas expectativas. Aí dói.
Desde a idade da pedra o sexo modelou os humanos para que conseguissem o objeto do seu desejo. Tornou os homens agressivos para poder ter a fêmea necessária à reprodução e ganhava a briga o que fosse mais forte. As mulheres tinham que adaptar-se à copulação com vários homens já que seu número era inferior ao deles. Hoje as mulheres reclamam da falta de homens porque não sabem o que era ter homens feito urubus querendo dar uma rapidinha para se saciar.
Na idade da pedra, as mulheres eram arrastadas pelo cabelo para as cavernas e tornavam-se escravas de um só homem se esse era o mais agressivo e forte. Não mudou muita coisa no mundo contemporâneo. Os homens continuam fazendo o papel de leões de chácara. Até hoje os homens ainda meninos são criados e instruídos para serem bons de briga. Poucas famílias incentivam um filho a ser dançarino ou escultor, mas vibram se a criança for destaque nos esportes, violentos, de preferência.
No nosso século, homens e mulheres descobriram o prazer através da indústria da pornografia e seguem um modelo narcisista em que o importante é a mulher demonstrar que tem orgasmos vaginais alucinantes. (Yes, Yes, Yes. Oh, God!!!) E os homens precisam provar a eficácia e o tamanho do seu membro sexual, mesmo já tendo sido provado que tamanho não é documento.
O desejo impulsiona na direção do objeto desejado, seja ele uma bolsa cara, um carro esporte, uma mulher ou um homem. Depois que conseguimos obter o objeto ele é deixado de lado, usado uma vez ou outra ou descartado na primeira oportunidade quando surge um novo objeto e um novo desejo que impulsiona na direção do objeto desejado até que seja nosso. Ao possuirmos o que queremos, o desejo desaparece. Já é meu.
Continua…

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