ASSEXUADOS, POR QUE NÃO?

Publicado em 31/01/2015 01:01

Uma das últimas novidades sobre a questão de comportamento sexual é o “genderless”, ou seja, o indivíduo sem tendência sexual específica. Nem homem nem mulher, como um anjo: sem sexo. Esse é um assunto complexo que vem sendo tratado por especialistas no assunto em cidades da Europa e dos Estados Unidos.
Sem ir muito a fundo na discussão, podemos apenas citar o que conhecemos no nosso cotidiano: indivíduos nos quais o lado direito do cérebro atua tanto quanto o esquerdo, dando-lhes características de personalidade masculina ou feminina. Isso não tem nada a ver com sexo.
É o caso do homem detalhista, extremamente sensível, que possui comportamento característico da maioria das mulheres, que tem um gosto pelo visual feminino em questão de moda, mas não é gay, ou indo mais longe, nem faz questão de transar. Ou seja, “não é “chegado” aos “trabalhos”…
Da mesma forma acontece com algumas mulheres, que reagem a determinadas situações com um comportamento tipicamente masculino, sentem-se bem vestindo roupas masculinas, sentem-se efetivamente descompromissadas com a necessidade de serem sensuais e podem passar muito tempo voltadas para interesses outros que não o sexo.
Não são poucos, em termos mundiais, os indivíduos “genderless”. Me pergunto se não será essa a tendência da humanidade. Muitas pessoas adoram transar, algumas são viciadas em sexo, seja com alguém do mesmo gênero ou do oposto. Outras, entretanto, passam bem, obrigado, sem o instinto procriativo. As sociedades foram preparadas para delinear os gêneros. Ou você é homem ou é mulher.
Se for homem, tem que vestir-se com roupas masculinas, coçar o saco, gostar de futebol, ter determinados comportamentos já estereotipados e transar com mulher, claro.
Se for mulher, tem que vestir roupinhas rosa quando bebê, furar a orelhinha para usar o brinquinho, ter afinidade com salões de beleza, usar roupas sensuais que atraiam o macho da espécie, saber andar de salto alto e na hora devida se comportar como uma “mulherzinha” deve ser.
Já existem escolas na Suíça em que as crianças são educadas respeitando-se sua individualidade e tendências. Às meninas não são entregues bonecas e panelinhas, e os meninos não recebem bolas e carrinhos para sua recreação.
As crianças têm acesso a caixas cheias de todo tipo de brinquedo e cabe a cada uma, de acordo com o seu desejo e interesse, escolher o brinquedo que melhor lhe aprouver. Menina brinca de carrinho ou espada e menino brinca de boneca ou casinha. Isso não afeta a personalidade da criança e futuro adulto determinando sua sexualidade. Da mesma forma que para pessoas com uma evolução mental e espiritual não estigmatizada não faz diferença a cor do enxoval ou do quarto dos recém-nascidos.
Por que será que pareceria estranho à maioria de nós, um homem, macho comprovado, aparecer com tênis ou óculos rosa e a barba depilada? E uma mulher, hetero, surgir numa festa de terno e gravata. Fomos criados para não aceitar o diferente. Mas as coisas já mudaram e muito. Os homens já se depilam e as mulheres já aderiram aos ternos. Falta apenas entendermos que nem todos os seres humanos gostam só de homens ou só de mulheres na cama, e para a prática do sexo. Muitos sentem-se felizes em ter um homem ou uma mulher para dividir o leito, apenas para esquentar-lhe o corpo e dormir. Difícil aceitar isso, “né” ?

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