CERTO OU ERRADO

Publicado em 6/06/2014 23:06

Um dia desses parei para refletir sobre como andava minha vida. Afinal, vale a pena continuar nesse caminho, ao lado dessas pessoas com quem convivo e me relaciono, acreditando nas coisas que acredito? E se não valer a pena, vou fazer o que? E, afinal, o que vale a pena? O que está certo ou errado na vida de alguém?
Cada pessoa vive suas experiências de uma forma única, original. No momento que conhecemos alguém e iniciamos um novo relacionamento tudo na vida se transforma. A pessoa sente-se mais animada, cheia de novos projetos e olha para o mundo de uma forma diferente de antes. Torna-se menos crítica, aceita os defeitos do outro com ou sem parcimônia e vê a vida cor de rosa, como na juventude.
Ao parar e refletir, me veio à mente velhas lembranças. Relacionamentos que na época eu arrastava um bonde de certezas que seriam o que me faria feliz para o resto da vida. Até que a névoa doce e estonteante da paixão passasse, a máscara da outra pessoa caísse e eu conseguisse distinguir que não estava tudo tão certo assim. Nunca aconteceu com vocês?
Afinal, o que é certo e o que é errado? Não dá para saber no momento em que se está envolvido. A pessoa é capaz de chutar anos e anos de experiências, de bons momentos vividos, de lágrimas e risos divididos por inconsequentes horas de felicidade. Mas já que o importante é ser feliz esta atitude não está errada.
Quando olhamos para trás e percebemos que ter deixado de viver momentos fugazes nos fez sofrer, mas que aos poucos foi passando e que estamos sempre correndo o risco de dar de cara com outros momentos, outros enganos e outras fugas, acreditamos que estávamos certos.
Parei e refleti que todos os momentos de felicidade vividos, mais cedo ou mais tarde, foram seguidos de algum sofrimento e muitas desilusões. O que parecia certo ficou errado e o que era errado não fez diferença na minha vida. Pode parecer desilusão. Talvez seja a idade, o amadurecimento, sei lá.
Na verdade, sinto-me triste ao lembrar quantas vezes troquei a felicidade pela iludida certeza de que fazia o que era certo. E mais triste ainda ao perceber que estaria tudo errado se tivesse seguido meus desatinos. Todos, ou quase todos, são assim. Renunciam ao que chamam de felicidade, certos de que estão errados e vão sofrer. A gente sofre, sim, mas passa. O que não passa é a dúvida sobre ter ou não ter tomado a decisão certa, mas ter acabado no caminho errado.

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