Ciúme
Ciúme, a maioria de nós tem em algum momento da relação. Seja por insegurança em relação ao seu próprio Eu (coisa momentânea), traço da personalidade, ou porque o instinto faz com que sintamos cheiro de fumaça no ar. E uma coisa é certa: onde há fumaça há fogo.
O que não podemos é deixar que o ciúme se torne constante e um entrave no relacionamento a dois. Mesmo pra quem gosta de ter uma mulher ou um homem ciumento ao lado, chega uma hora que é inconveniente. Há mulheres que se iludem não soltando o cabresto do marido ou namorado por achar que dessa forma vai impedir que eles sejam infiéis.
E com esse pensamento equivocado, o impede de separar-se dela por algumas horas ou algum tempo de liberdade não vigiada para curtir ao lado de amigos em uma pescaria ou numa simples confraternização com colegas de trabalho. Pura besteira, o ser humano quando quer trair não escolhe hora e lugar.
Concordo que algumas ocasiões e lugares propiciem esse tipo de comportamento, mas já testemunhei homens e mulheres traindo seu par descaradamente a dois metros de distância no mesmo ambiente.
Algumas mulheres se sentem lisonjeadas e até mesmo protegidas quando o marido não admite um decote ou eventualmente uma saia justa. Acham que quem ama, cuida. Cuida sim: elogiando, elevando o amor próprio dela e, como todo macho saudável, exibindo sua fêmea para a concorrência.
Considero o ciúme uma ferramenta destruidora de relacionamentos. Um tipo de comportamento que mais cedo ou mais tarde vai terminar em barraco ou no mínimo num constrangimento para algum dos dois em algum lugar. Mais cedo ou mais tarde o ciumento perde a noção da linha divisória entre ele e a individualidade do outro e, ao tornar-se possessivo, de um jeito ou de outro, amando ou não, vai trincar a relação.
Algumas vezes o ciumento acredita que o outro está mesmo traindo, prestes a trair ou o que é pior: com vontade de trair.
Isso me faz lembrar minha amiga Janete. Ela e o marido brigam o tempo todo por causa do ciúme assumido que ele sente dela. Já chegou ao ponto de não sabermos se aquele comportamento é verdadeiro ou se é apenas um joguinho entre eles para apimentar a relação. A última vez que brigaram, Janete ficou tão perturbada com os ciúmes de Ernesto que acabou tomando um porre depois do marido deixá-la sozinha com seu amigo gay num bar. Beberam até o sol raiar e lá pelo meio da manhã, os dois sentados numa mesa na calçada, Janice viu que havia alguém buzinando para ela e fazendo sinais.Cutucou o amigo e disse-“Tem um velho ali me paquerando! Caraca! Está vindo na direção da nossa mesa.”
Em segundos, um homem bem mais velho que ela segurou-lhe o braço delicadamente e disse ao pé do ouvido – “Filha, vamos pra casa. Eu e sua mãe estamos preocupados e já íamos ligar pra polícia. Ela já ligou para todos os hospitais. São onze horas da manhã!