DISTIMIA. É O SEU CASO?
Às vezes, quando nos dirigem esse cumprimento, dá vontade de responder:- “Bom dia por quê? Pra quem? Só se for pra você!!! Não tem nada bom comigo!!!” A gente não responde por educação. Ou às vezes até responde, resultado de um mau humor matutino para alguns, diário para alguns outros, e constante para certa parte da população.
Quem não conhece uma ou várias pessoas que acordam sempre de mau humor, só enxergam o lado negativo das coisas e os defeitos das pessoas? Quem não tem um amigo que não gosta ou não sente prazer com as coisas rotineiras da vida: não curte plantas, não tolera animais, música, nem crianças e não se emociona com a Natureza?
E aquela pessoa que acha sempre um defeito na festa para a qual é convidado e não pagou nada, enquanto que o anfitrião teve um trabalho danado e o maior carinho para preparar? Aquela criatura que só enxerga a sujeira que a empregada não limpou, só comenta sobre a comida no dia em que ela está salgada e sobre o tempo quando está frio e chuvoso? Essa postura diante da vida pode acontecer uma vez ou outra com todos nós. Afinal, atire a primeira pedra quem nunca acordou azedo, cheirando a naftalina, achando tudo com gosto de chuchu?
Pode ser simplesmente uma pessoa mal educada por natureza, “de berço”. Ou quem sabe a pessoa pode estar sofrendo de uma doença, a qual, como a maioria das doenças, interfere na sua qualidade de vida.
Você pode estar sofrendo de distimia. Um transtorno de humor, um tipo leve de depressão, que afeta mais mulheres que homens e ocorre em 5% da população mundial. E você achando que era mal humorado “de graça”. E a gente, apontando o nosso dedo acusador para aqueles mal humorados a maior parte do dia, que se irritam por quase nada, impacientes de doer, os chatonildos de plantão, meses, anos a fio…
Todo mundo quer e precisa, por uma questão de saúde, ser alegre e feliz.
O homem é um ser sociável, e o distímico é uma pessoa de difícil trato, da qual, na maioria das vezes, queremos manter distância, e que não conseguem cultivar relacionamentos agradáveis.
Muitas pessoas portadoras dessa doença não sabem que têm tal problema. Eles acreditam que os sintomas de pessimismo, negativismo, tristeza e baixo nível de energia são componentes normais de sua personalidade.
Já está provado cientificamente que nós “construímos” nossas doenças. E que o fato de buscarmos alegria e bons momentos em todas as situações aumenta a nossa imunidade e nos afasta dos vírus e bactérias.
Estive com uma amiga há poucos dias, que está com um caso raro de câncer, e os médicos deram a ela no máximo 6 meses de vida. Isso foi há três anos!
A mãe dela, que faleceu há uns dois meses, era uma pessoa negativa e mal humorada (talvez fosse distímica), e vivia infernizando a vida de minha amiga. Chegou ao ponto de reclamar com o outro filho que se soubesse que a filha com câncer fosse durar mais de seis meses, não teria ido morar com ela, pois perdera sua privacidade…
Para sorte e longevidade da minha amiga, a mãe morreu primeiro! E ela, que quer viver mais uns dez anos, faz de tudo uma ocasião para ser feliz: Dia de quimio? Oportunidade de ir ao cinema na volta ou na ida e se deliciar com algo que goste muito, antes que comecem os enjoos…
Existem alguns hábitos que aumentam as chances de uma pessoa tornar-se distímica. Aquela pessoa que tem um estilo de pensamento negativista, com tendência ao pessimismo, que vive com a sensação de que nada pode fazer para ajudar os outros, nem os outros a ela, que desconfia das pessoas, tem medo de ser traída, até pelos amigos, mesmo sem nunca ter sido (mas seu amigo foi…), que reluta em fazer alguma coisa para mudar certas realidades ou atitudes indesejadas ou criticadas.
Para essas pessoas, dificilmente hoje será um bom dia para acordar, sair da cama, conversar com uma planta ou um animal, pegar o jornal, refletir sobre coisas que estão escritas aqui e pensar: -“Não sou Gabriela! Posso começar a mudar hoje ou procurar um médico amanhã!”.