GOOOOOOOL! A ALEGRIA DE UM POVO OPRIMIDO…

Publicado em 4/07/2014 23:07

Existem fenômenos e “fenômenos” que marcam ou fazem parte da vida do homem. O esporte é um destes fenômenos que, se observado com imparcialidade, nos leva a refletir sobre o significado da vida…
O homem está sempre em busca da felicidade. Essa felicidade pode ser alcançada através do sucesso profissional culminando na riqueza, através da fama, de momentos de glória, do poder e da dominação. É assim na vida, é assim no esporte e inevitavelmente e ainda com mais força assim acontece no futebol.
O futebol é um fenômeno que atrai mundialmente os homens, em todas as esferas sociais, intelectuais e sexuais. Nem que seja só no Mundial.
Não há quem não se emocione ao ouvir o hino de seu país sendo cantado e exibido com as cores da Pátria (nem sempre tão amada ou respeitada), e pensar que milhões de pessoas no mundo inteiro estão compartilhando aquele momento. Há um lugar dentro de cada um de nós que silencia e sente orgulho. Essa é uma das emoções do esporte e principalmente do futebol, o mais globalizador de todos.
Não há racionalidade em um estádio de futebol com oponentes torcendo pelo poder, caracterizados em torcidas alucinadas a ponto de perder a razão e transformar o que deveria ser festa e alegria em confusão e violência como se fosse um campo de batalha, em que é questão de vida ou morte vencer ou vencer.
Que força é essa que nos envolve, nos enche de orgulho e nos faz esquecer por noventa minutos, dores, pobrezas, fomes e fraquezas.
É o gol realizado por meninos que vieram em sua grande maioria de classes menos favorecidas que transforma o Brasil em “O país do futebol”, respeitado pelas grandes potências, que se rendem aos nossos “fenômenos” baixinhos e sem poses de artistas, mas que derrubam os gigantes no campo verde.
Que outra coisa temos nós para comemorar assim, em uníssono, entre amigos e inimigos de times, de ideias e convicções?
Só à espera dos gols do futebol brasileiro, levantamos do berço esplêndido nossa bandeira e a exibimos enorme ou pequenina em nossas varandas, ruas e praças. Só à espera do grito de cada gol preso na garganta temos orgulho de exibir nossas cores: o verde das matas e o amarelo do nosso sol tropical.
Enquanto isso, durante todos os dias do ano, de todos os anos, as grandes potências exibem suas cores e suas bandeiras, em cada esquina de suas cidades…
É no momento do gol que nos faz vitoriosos, que homens e mulheres esquecem sua famigerada posição de opostos e se permitem desfrutar juntos da mesma alegria num grito que antes só era permitido aos homens. Da mesma forma que os países mais oprimidos que o nosso também estão entre os grandes e derrotando os grandes, como nunca antes, sufocando suas misérias, sua fome e sua vergonha assim como nós gritando a vitória única de um gol.

Última Edição