LÉSBICA TEMPORÃ
De vez em quando cai na minha rede um e-mail de algum leitor. Alguns são para solidarizar comigo sobre algumas ideias e opiniões e outros (sempre de homens) são para acabar com a minha pessoa. Claro que não acabam! Sugerem que eu deveria ser proibida pelo diretor do jornal a publicar minhas opiniões, pois sou uma feminista radical e só sei falar mal dos homens.
Sei que esta é a opinião da maioria dos leitores do sexo masculino que prestigiam esta coluna, pois alguns expressavam suas opiniões pessoalmente enquanto morei na cidade.
No último e-mail que recebi o indivíduo estava realmente possesso. Defendeu a classe com veemência e deixou claro que os homens não teem culpa se eu encontrei alguém na vida que me deixou tão traumatizada, mas que a safadeza masculina não pode ser generalizada.
Lá pelas tantas o leitor revoltado sugeriu que eu virasse lésbica, já que não gostava de homem. Olha as coisas que uma cronista tem que passar.
Como não tenho nada contra a homossexualidade, seja no gênero masculino ou feminino, comecei a analisar a sugestão. Será que é por isso que tenho esse jeito meio diferente de ser? Será homossexualidade reprimida? Comecei a imaginar como seria o relacionamento sexual com uma mulher.
Por coincidência (ou não), naquela noite assisti a um debate sobre o assunto: A tendência atual das mulheres virarem sapatão depois da maturidade. É de se refletir. Muitas senhoras ilibadas, mães de família e casadas há décadas estão assumindo sua sexualidade e escolhendo ser feliz ao lado de outra mulher. Digo assumindo por que não creio que ninguém vire viado ou sapatão da noite pro dia. O homem pode casar, ter filhos, ter amantes, assim como a mulher ser mulherzinha ser boa no rala e rola com os homens e de repente descobrem que o prazer esta no sexo oposto.Tem sido cada dia mais comum.
Em certa idade, com os filhos criados, o marido dando trabalho e sem criatividade na cama depois de 20 anos de rotina, muitas mulheres passam a se lixar para a sociedade e escolhem uma vida mais tranquila e prazerosa com uma amiga de muitos anos ou alguém que conhece casualmente.
São discretas, resolvidas e felizes. Passam a ter com quem conversar sobre filmes, livros e teem companhia para o shopping, para o vinho e para a cama.
Segundo elas, as mulheres conhecem bem o corpo feminino e o que lhes dá realmente prazer. Sentem-se mais a vontade com o próprio corpo e seus hormônios ou a falta deles já que ambas sabem o que é isso depois de certa idade.
Hoje é comum ver mulheres felizes com seus pares em viagens, cinemas e restaurantes. Parecem mais tranquilas. Será essa a solução para parar de escrever tanto sobre os homens? Será? Só o tempo dirá!