O MÊS DA FALSIDADE

Publicado em 26/11/2016 00:11

Lá se foi o mês de novembro embora e a chegada do mês iluminado, que é dezembro. Iluminado às custas de uma energia cada dia mais cara e que vai custar muitas centenas de reais às empresas que vão enfeitar suas vitrines na esperança de atrair mais clientes e fingir que estão todos alegre porque …então é Natal.
Se eu tivesse o poder da mágica, pulava o mês de dezembro e passava de novembro direto para fevereiro. Pulava janeiro também porque é o mês dos impostos, alta temporada em tudo que é lugar turístico e um calor infernal com chuvas e desabamentos em dezenas de regiões do país.
Estão me achando azeda? Nunca escondi de ninguém que não gosto das festas de fim de ano e tem muita gente que também não gosta, mas acha indelicado, antiético anti religioso e anti feliz confessar o fato. Cada um tem seu motivo. Saudade do tempo em que a família era maior e a tradição fazia com que todos estivessem reunidos para comer um peru que morria de véspera sem agrotóxico, tristeza pelos entes queridos que não fazem mais parte deste plano astral, trauma de natais anteriores em reuniões com aqueles que não nos são tão caros e não fazemos a menor questão de estar juntos.
No meu caso, acho que esse período deveria ser de reflexão sobre todos os nossos valores. Isso para os que são espiritualizados, não importa a religião. E, ao refletir, evoluir e perdoar. Primeiro, a nós mesmos e expurgarmos as nossas culpas, depois, o próximo, mesmo que esteja distante e muito nos tenha magoado. Afinal, amar e perdoar quem só nos fez o bem é muito fácil. Amar nossos filhos e aqueles que nos dão prazer é mais fácil ainda.
Daí eu não gostar dessas confraternizações em que por educação ou ética social nos reunimos na mesma mesa com pessoas que não aprendemos ainda a gostar e outras que sabemos que nos odeiam ou chegam perto disso. Trocam presentes avaliando o preço do outro que ganhou um mais caro. Já entram no mês reclamando do dinheiro que vão gastar com amigo secreto e muitos tratam de trocar os nomes por que não gostam da pessoa que sortearam, mas vão estar na mesma festa comemorando, pois é Natal.
Tenho trauma e saudades de muitas festas de décadas atrás. Dos muitos defeitos que tenho, a falsidade com certeza não é um deles. Prefiro dar presentes que comprei com carinho do que receber os comprados com má vontade ou encontrados no fundo de uma gaveta para dar para um alguém qualquer em qualquer ocasião de emergência. O melhor presente seria um abraço sincero e a verdadeira luz da verdade nos olhos de cada um.

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