PONTO “G” É UM CONTO DE FADAS
Mesmo antes de começar a minha especialização em Sexologia e descobrir através de pesquisas muita coisa interessante, eu já pregava neste espaço semanal o fato de que muita gente, mas muita gente mesmo, come mal.
Os homens desde sempre se preocuparam com o tamanho do seu pênis. Eu sempre falei que o que importa não é o tamanho da vara, mas a “mágica” que ela faz.
Enquanto isso, as mulheres se preocupam com o tamanho do seu clitóris (pequenas protuberâncias em cada um dos lados da abertura vaginal) e seu ponto G, descrito no meio do século passado pelo médico alemão Gräfenberg (daí o G) como o local que provocaria o orgasmo clitoriano, já que muitas mulheres eram tratadas de disfunção sexual por não conseguirem orgasmo vaginal através da penetração.
Condenado à morte o ponto “G”. A conclusão a que chegaram os cientistas com suas pesquisas publicadas recentemente no periódico Clinical Anatomy é que homens e mulheres estão perdendo tempo procurando um ponto específico para fazer com que as mulheres sintam prazer em uma relação sexual.
O processo de atingir o orgasmo é complexo e envolve emoções e estruturas cerebrais podendo ser facilitado por um clitóris maior e mais próximo da entrada da vagina, mas não necessariamente. Esse aumento do clitóris pode ser conseguido através do estímulo nas preliminares do jogo sexual, que umedece o canal vaginal e intumesce (enche de sangue e aumenta). A lubrificação vaginal facilitará a penetração e o prazer. Mas isso eu suponho que todo mundo já sabe, pelo menos deveria…
O problema é a paciência, o tesão, o estímulo psicológico e o toque certo. Nem pênis nem dedos grandes nem vagina profunda, apertada ou não, fazem muita diferença. O que importa é a maestria de um homem bem intencionado em dar prazer à sua parceira usando todos os instrumentos que dispõe. O resto é folclore. E isso é bom tanto para o homem quanto para a mulher.
Já que o tamanho do pênis e sua função não garantem um orgasmo feminino, pois, dependendo do estado emocional de uma mulher, a penetração causa até mesmo desconforto, e a procura desesperada por um ponto G pode ser substituída por carícias prolongadas e delicadas na área genital feminina, assim como por todo o corpo, cabe ao casal procurar estímulos visuais, orais, olfativos, gustativos, enfim…
Com prática e sabedoria, ambos chegam ao prazer, não importa se a varinha está sem força para fazer mágica devido à idade ou alguma disfunção, ou se o buraco não é tão lá embaixo.