SEXO SELVAGEM
Alguns meses atrás me deu vontade de ler algo diferente. Um livro que fosse leve e interessante, que não fosse um best-seller e também não fosse técnico.Não tenho muita paciência para compras e poucas são as livrarias hoje em dia que me fazem perder a noção do tempo e nas quais tenho o prazer de me perder lendo de tudo um pouco até encontrar o que quero. Isto entre um café e outro e alguma conversa com os vendedores, que às vezes dão boas dicas. A maioria deles vende outros produtos e atraem diferentes clientelas, na maioria das vezes barulhenta demais para o meu gosto.
Qual não foi minha decepção ao deparar com bancas e mais bancas de livros eróticos, escritos na sua maioria por mulheres, e um número também grande de biografias. Parece que três volumes sobre tons de cinzas que viraram Best Sellers viraram também a cabeça das mulheres, fato este que inspirou outras escritoras a obter o mesmo sucesso tratando do mesmo assunto. Até então não havia lido nenhum dos volumes que mexeram tanto com a libido feminina, até porque minha idade para isso já passou (não da libido, mas da aprendizagem …).
Talvez tenha sido precoce, mas aos quinze anos já havia esgotado toda a literatura erótica daqueles tempos devorando os livros da escritora lésbica Odete Rios, cujo pseudônimo era Cassandra Rios, que faleceu em são Paulo, aos 69 anos de idade, em 2002.
Os livros dela passavam de mão em mão das adolescentes do colégio de freiras que estudava e, com certeza, foi ela que inspirou muitas meninas e meninos daquela época a se masturbarem, assim como a ativa e sádica vida sexual do casal no livro atual deve ter causado o mesmo efeito nas moçoilas e jovens vovós do século atual.
Confesso que, sem nenhum tesão, me arrastei por dois volumes à procura do prazer que observei em praticamente todas as mulheres que leram os mesmos. Ainda estou me arrastando no terceiro… Mas tá difícil. Nenhuma daquelas narrações me esquentou o sexo e senti como se estivesse lendo sobre a vida sexual do papai Noel, já que ele também não existe, assim como o rico, bonitão e bom de p… da tal história (não escrevi o nome do instrumento completo para não chocar uma doce e pudica senhorinha de 90 anos que é assídua leitora desta coluna).
Para completar minha frustração, fizeram um filme. A emenda foi pior do que o soneto! A mulherada toda, acompanhada dos maridos que conseguiram arrastar, colocou Care free, para, no escurinho do cinema, viver sua sonhada experiência sexual com o sonhado garanhão insaciável. As mais exigentes saíram insatisfeitas e eu nem consegui prestar atenção no filme, tendo orgasmos, não estimulados pelo filme, mas de tanto rir dos comentários ao meu redor. Principalmente das mulheres com seus maridos: – Viu? Olha lá. Isso que é homem! E ela nem é gostosona. Basiquinha que nem eu. E você nem pra chegar perto. Eu até deixava me dar umas chicotadas … Mas teria que começar com uns tapinhas na bunda e um carrão importado! Me poupe !