Tópicos da Semana – Edição de 10/09/16.
Por Mário Aurélio Sampaio e Silva
Charge: Leandro Gusson (Tatto).
Muito barulho pra nada
Há muitos anos, durante uma campanha em uma determinada cidade, era notável o enorme número de carros adesivados de um candidato a prefeito. O estardalhaço era tanto e o barulho era tamanho que as pessoas pareciam estar vivendo em clima de Copa de Mundo. Aos olhos de uma grande minoria a eleição daquele candidato estava “no papo”, até que, ao abrirem as urnas, para o espanto de muitos, eis que o referido candidato perde a eleição. Conclusão: carro não vota!
Eu mando!!!
O fato parece estar se repetindo na grande maioria das cidades da região. Muitas pessoas estão sendo praticamente obrigadas a colocar adesivos dos candidatos que seus “chefes” irão votar, ou pelo menos dizem que irão, e, para isso, usam de toda a sua autoridade, inerente a quem é detentor de um cargo e que morre de medo de perdê-lo. Novamente os “coitados” estão sofrendo ameaças, como se tivessem que engolir goela abaixo o dito cujo que foi escolhido por seus “superiores”. O que nem todos sabem, talvez, é que essa prática é crime – ou seja, o cidadão que usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido, pode sofrer pena de reclusão, com até anos de detenção, e o pagamento de uma multa que vai de R$ 146,500 a R$ 66.000,00, de acordo com o Código Eleitoral, artigo 30;, e o Código Penal, artigo 49, § 1º.
Não pode
De acordo com a Lei nº 9504/1997, art. 41 – A, o candidato não pode doar, oferecer ou prometer bens, dinheiro, ou outra vantagem pessoal, e o eventual comprador de votos está sujeito a quatro diferentes punições, as quais podem ser conjuntas e simultâneas: pelo delito criminal eleitoral do art. 299 , pena de reclusão de até 4 anos; pelo delito administrativo, pena de multa, de 1.000 a 50.000 UFIRs; pela violação da liberdade do voto, a cassação do registro de candidatura ou do diploma; e ainda a inelegibilidade para eleições que ocorrerem nos três anos seguintes.
Baba-ovos
Já dizia meu saudoso pai que “quanto mais pobre é o circo, mais enjoado é o palhaço”. E novamente essa máxima prevalece, haja vista que essa prática abusiva está partindo não dos “grandões”, mas, sim, de pessoas que, pelo fato de possuírem um mero carguinho, coagem os menos desavisados com ameaças e todo o tipo de sujeira que se possa imaginar. São os verdadeiros baba-ovos…
Barulhaço
Até o feriado desta semana, Santa Fé parecia estar vivendo um clima de tamanha tranquilidade que nem parecia período eleitoral. Com a proximidade do dia da votação, os candidatos e seus apoiadores, outros, “nem tanto”, resolveram fazer muito barulho. Voltamos à era dos foguetórios, o que para muitos tais alvoroços são de martelar a cabeça de qualquer um, e os cachorros, animais indefesos, que o digam…
Barulhinho bom
Bastamos navegar pela internet, principalmente nas redes sociais, para observarmos que mal a campanha começou e a infinidade de troca de insultos é enorme.
Os “gritos de guerra”, os buzinaços nas portas das residências só são tolerados se partirem do grupo tal; do contrário, é perturbação de sossego.
O gato comeu
Ao que tudo indica muitos candidatos, não só a prefeito como a vereador, estão “se vendo gregos” para conduzir suas campanhas pelo simples fato do dinheiro estar cada vez mais escasso. Por parte de muitos vereadores, a reclamação é quase que geral, e muitos relatam estar arrependidos de, por tanto tempo, apoiar esse ou aquele partido, que, até agora, não ofereceu um centavo qualquer para que suas campanhas deslanchem.
E o apoio?
O que muitos se esquecem, todavia, é da importância de se fazer um maior número possível de vereadores na Câmara Municipal, até porque, se eleito, o prefeito poderá ter muita dificuldade para administrar a cidade caso não tenha um número expressivo de legisladores que o apoie.
Cata-cabelo
Como todas as eleições, e agora mais recentemente com as redes sociais cada vez mais acessíveis a todos, percebe-se muita gente perdendo longas amizades, e o pior, publicamente na internet. O grau de ufanismo é tamanho que muitos se esquecem do respeito ao próximo. Em ano eleitoral, observa-se que, muitas vezes a ganância, a fome do poder, o status e as vantagens valem mais do que a família e as velhas e boas amizades.
Cata-cabelo II
Durante as campanhas políticas observam-se desentendimentos, ódio, perseguições, palavras ofensivas, fofocas e até violência física. Muitas vezes até quando o indivíduo está conversando com amigos, é comum encontrar os famosos línguas-pretas dizendo que fulano estava conversando com sicrano, que é do outro lado; o candidato tal estava na casa da fulana, e por aí vai. São tantas mazelas, mesquinharia, fofocas, olhares maldosos, inveja, pré-julgamentos e falta de respeito. Ao final, resta saber o que restou disso tudo quando a campanha acabar…