Tópicos da Semana – Edição de 1/11/14.
Por Mário Aurélio Sampaio e Silva
Charge: Leandro Gusson (Tatto)
Olê, olê, oláaaaaa
Nunca na história deste País houve uma disputa eleitoral tão acirrada desde a redemocratização do Brasil, em 1985. A presidente da República Dilma Rousseff foi reeleita com 51,64% dos votos válidos, contra os 48,36% para o senador Aécio Neves.
Números
Dilma venceu as eleições com 54.501.118 de votos, contra 51.041.155, com uma diferença de 3.459.963 votos. No domingo, só não enfartou mesmo quem demonstrou ter coração de aço, pois nem mesmo os mais fanáticos tinham total certeza de quem se sairia vitorioso do que podemos chamar da Grande Batalha do Ano.
Na Comarca
Na Comarca, Dilma Rousseff saiu vitoriosa somente em Nova Canaã Paulista, com 858, contra 679 de Aécio Neves. Em Três Fronteiras, Dilma obteve 1.475, e Aécio 2.149 votos; em Rubineia, Dilma, 872 e Aécio, 1.056; em Santana da Ponte Pensa, Dilma Rousseff 463, contra 743 para Aécio Neves; Santa Clara Doeste, Dilma, 603, e Aécio, 975; em Santa Rita a petista recebeu das urnas 780 votos, e o tucano, 1.054 e, em Santa Fé do Sul, a presidente obteve 5.323 votos e Aécio Neves, 12.291.
Estado de São Paulo
No Estado de São Paulo, 6.558.345 não compareceram as urnas, 500.950 votaram em branco, e nulo foram 1.136.874. No entanto, considerando os votos válidos Aécio Neves obteve 64,31%, contra 35,69% de Dilma, ou seja, Dilma obteve 8.488.383 votos, e Aécio Neves, 15.296.289.
Divisão de votos
O resultado das eleições revelou um equilíbrio entre os 26 estados da União e o Distrito Federal. Dilma Rousseff venceu em 15 estados e Aécio Neves levou a maioria dos votos em 11 estados e no Distrito Federal.
Maioria dos votos
A vitória mais expressiva de Dilma Rousseff foi no Estado do Maranhão, onde a petista teve 78,76% dos votos válidos, contra 21,24% do tucano Aécio Neves.
Minoria
O Estado de Santa Cataria foi onde a presidente reeleita obteve a menor votação em todo o País, com 34,41% dos votos, contra 64,59% obtidos por Aécio.
Lá e cá
A maior vitória em um Estado do Nordeste e a maior derrota localizada no Sul do país evidenciaram o desempenho da presidente Dilma Rousseff como um todo nessa eleição, pois enquanto Dilma fez a maioria dos votos nas regiões Norte e Nordeste, Aécio foi o mais votado nas regiões Sul e Centro-Oeste.
Em Minas
Aécio Neves não conseguiu superar Dilma Rousseff no próprio berço político. Em Minas, Dilma obteve 52,41% e Aécio ficou com 47,59%. A diferença entre eles foi de pouco mais de 500 mil votos.
Em São Paulo
Já em São Paulo, onde Aécio Neves teve o dobro dos votos de Dilma Rousseff no primeiro turno, o candidato tucano ampliou a vantagem: recebeu quase sete milhões de votos a mais que a candidata do PT no segundo turno. Aécio ficou com 64,31% e Dilma com 35,69%.
Nas redes
Tão logo tivemos os resultados do TSE, milhares de pessoas, através das redes sociais, se manifestavam contra e a favor do resultado. Ódio, rancor, separatismo, euforia, amores e dissabores encheram todas as páginas do Facebook.
Votai e vigiai
Como possuímos o péssimo hábito de ter memória curta, é sempre bom lembrar que, antes de sermos partidários, somo brasileiros “com muito orgulho, com muito amor”(…), e, como praticamente 50% dos cidadãos se iraram com o resultado, agora é a hora de discutir, de forma saudável, política todos os dias, e não somente no calor da reta final das eleições.
Já que…
Para os que se consideraram perdedores, está mais do que na hora da oposição aprender a fazer oposição, até porque Dilma venceu com uma forte oposição, e Aécio Neves perder em Minas é um fator a ser considerado também. Todos que votaram contra o PT, que agora mantenham suas “antenas” ligadas e acompanhem bem de perto, sem esquecer de cobrar do Governo as reformas e promessas feitas durante a campanha.
Aécio ou Dilma?
Aécio, Dilma, João, José etc, seja qual for o governante, está mais do que na hora de exigirmos as propagandas políticas de nossos governantes, exercendo a cidadania, até mesmo porque daqui a dois anos teremos eleições para prefeitos e vereadores.
Comoção
Que tal aproveitarmos essa comoção nacional e começar, de fato, a mudar o Brasil. Não queremos mais corrupção, então vamos começar dando o exemplo: não vamos mais baixar músicas na internet, sem pagar direitos autorais. Não vamos mais usar Skygato. Não vamos mais comprar produtos de contrabando. Não vamos mais dizer que era outro que estava dirigindo, para que os pontos da multa caiam em sua carteira. Não vamos mais aceitar desconto para comprar produtos sem a emissão de nota fiscal. Vamos recolher o ISS de todo serviço contratado. Vamos declarar todos os rendimentos recebidos para o Imposto de Renda. Só vamos ter programas licenciados em nosso computador, e por aí vai…
Legado
Que bom se o legado dessa eleição for que, a partir de agora, discutir política seja um hábito diário do brasileiro. Assim, quem sabe, na próxima não teremos tanta besteira postada nas redes sociais e estampada nos principais jornais e revistas do País, tendo, assim, eleitores mais preparados para a disputa democrática.
O oriente médio é aqui
O que neste momento está nos diferenciando de disputas no Oriente Médio é que por aqui o porte de armas é proibido. Lá, o principal conflito se dá entre palestinos e israelenses, e mistura disputas territorial e religiosa. E aqui, na Terra da Pizza e do Samba? Bem, deixemos isso pra lá…
Boa escolha
O cantor Lobão, que teria dito que, caso Dilma Roussef vencesse as eleições o mesmo se mudaria do País, voltou atrás e, pelo visto, fez uma boa escolha, pois, ao que tudo indica, aqui ainda é um dos melhores lugares do mundo para se viver, haja vista não termos desastres climáticos ou geológicos, não temos deserto ou geleiras, e nossa agricultura e silvicultura são as melhores do mundo.
Desmerecimento
Pelo visto nada ganhamos com esse desmerecimento todo. Que do ponto de vista social e político o Brasil ficou dividido, não temos a menor dúvida, pois ficou nítida a divisão entre quem produz e quem vive às custas do Estado, e o que precisamos nos preocupar agora é exatamente com a manutenção do Estado Democrático no que tange a todos as suas bases de sustentação.
Federal
Na última quarta-feira, o que muitos chamam de “Decreto Bolivariano da Presidente Dilma Rousseff”, que retira do Congresso Nacional atribuições constitucionais, transferindo-as para “conselhos populares”, foi vetado.
Aqui, chamamos de viximaria
Ao ser impedida que a “cantada” da presidente valha mais que o voto de cada eleitor brasileiro, fica evidenciado que o Brasil não aceita o chavismo da Venezuela e não se submeterá ao autoritarismo repudiado por mais de 50 milhões de brasileiros que, nas urnas, optaram por uma mudança.