Tópicos da Semana – Edição de 12/11/16.

Publicado em 12/11/2016 00:11

Por Mário Aurélio Sampaio e Silva

Charge: Leandro Gusson (Tatto)

Charge 12-11Apertem os cintos
Devido à crise, o panorama para as prefeituras em 2017 não deverá ser dos melhores, haja vista que os repasses estaduais e federal vêm caindo surpreendentemente, e os novos administradores, principalmente os dos pequenos e médios municípios, terão que “rebolar” para estruturar a casa e conduzir suas cidades.

Orçamentinho
O orçamento da administração municipal de Santa Fé para o próximo ano está quase que totalmente comprometido, e o prefeito Ademir Maschio provavelmente terá que enxugar algumas Secretarias, rever cargos de confiança, enfim, repensar o modo de administrar. O que não lhe falta é competência e, principalmente, praticidade na hora de tomar decisões. Será, com certeza, o homem prático de Santa Fé do Sul, e sem muitos nhenhenhéns. Resta saber se suas decisões serão ou não tomadas em conjunto, ouvindo seu grupo.

Otimização
É bem provável que algumas Secretarias sejam aglutinadas, o que otimizará gastos com pessoal, com infraestrutura e afins, e, com isso, evidentemente que alguns terão de deixar seus cargos e ser remanejados para outros setores, até porque o lema será a contenção de gastos, assim como a maioria dos brasileiros estão fazendo, e isso não será somente deste ou daquele prefeito.

Sai pra lá…
O ser humano não pode afirmar que não gosta de um determinado alimento sem tê-lo provado pelo menos uma vez na vida. Se ficarmos no arroz com feijão, jamais saberemos o gosto da lasanha, do frango, da carne assada, ou de qualquer outra guloseima que possa encher os olhos e a boca d’água de muita gente. O mesmo acontece com a cultura de um povo. Como podemos saber se ele gosta de determinada vertente cultural se jamais lhe fora apresentado outro tipo de cultura?

Nóis é caipira!
Evidentemente que Santa Fé do Sul e a grandessíssima maioria das cidades do Brasil já aderiram à música sertaneja, seja ela de raiz, universitária, romântica, dentre outras, mas o fato é que se não mostrarmos outras vertentes culturais, principalmente no Natal, quando a cidade recebe centenas de turistas dos mais diversos locais, ficaremos no “arroz com feijão”, e não devemos pensar tão somente no que a maioria da nossa gente gosta, mas, sim, como Estância Turística, e em todos os tipos de público. Seria importante repensar em bons shows e de diversos estilos.

Criatividade?
Daí, eis que vasculhando a rede social, encontra-se a seguinte observação: “Pronto, não falta mais nada agora. Carnapeão, Natalpeão, Réveillonpeão. Daqui a pouco, Gospelpeão. Criatividade Zeropeão!” E a ressalva ao próximo prefeito é que ele realmente ouça o povo, até porque ainda temos, e graças a Deus, muita gente que gosta de MPB, Pop Rock, Rap, Reggae, e tantos outros estilos musicais.

Por aí…
Se dermos uma volta pela cidade e observarmos o que a vida noturna oferece em termos de entretenimento, veremos que a grande maioria dos bares está proporcionando shows de MPB, de Rock e afins. O que se espera do próximo administrador e sua equipe é justamente que Santa Fé busque outros ares e comece a ser observada como uma cidade culturalmente bem estruturada.

Desconhecimento de causa?
Algumas das peças do MIS – Museu da Imagem e do Som –, verdadeiras relíquias, como o violino raro usado pele Frei Canuto, utilizado inclusive na primeira missa de fundação do município de Santa Fé, em 1948, datado de aproximadamente do ano de 1925; um gramofone móvel; uma clarineta de madeira; um bandolim doado pelo seresteiro João do Bandolim; uma vitrola móvel, dentre outras raridades, parecem ter ficado à mercê da própria sorte, uma vez que tais objetos estiveram por algum tempo expostos sem qualquer tipo de proteção, sujeitos, inclusive, a quedas, como aconteceu em um museu em Portugal, ou até mesmo roubos.

Cuidemos do que é nosso!
As referidas peças, talvez por desconhecimento, estiveram expostas no corredor do prédio, bem como no salão que dá aceso ao teatro existente no local. É importante lembrar que os objetos devem estar guardados de forma que não peguem humidade, daí o uso do ar condicionado, e dentro de redomas de vidro existentes no museu. Muitas delas ficaram sob a luz florescente, luz que pode danificar esses objetos. Ou seja, trabalho feito de forma inadvertida.

História
Segundo estudos museológicos, quando se pensa em fontes de iluminação artificiais para um projeto de museus e galerias, deve-se garantir que essas fontes ofereçam um mínimo de 85% de IRC – Índice de Reprodução de Cor –. As obras expostas não podem perder suas policromias naturais, com pena de desvirtuamento das propriedades estéticas, históricas, de comunicação etc. O cuidado com a utilização de lâmpadas com maior IRC é princípio básico dentro de um projeto de iluminação museológica.

Fresca
Lâmpadas incandescentes geram muito calor e, portanto, maior índice de depreciação. Alguns tipos de lâmpadas fluorescentes oferecem grande quantidade de raios ultravioletas. Mesmo que estejam sob essas fortes luzes, há de se haver algum artifício que detenha o calor, e olha que estamos nos referindo a Terra do Sol Escaldante, onde a temperatura é similar a de um deserto. Embora a Secretaria de Cultura pareça estar caminhando para acertos, e indo pelo lado certo, é sempre bom lembrar que nossa cultura deve ser vista com bastante responsabilidade, não que os responsáveis não a tenham feito, mas é necessário conhecimento de causa para que futuros erros não sejam cometidos.

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