TÓPICOS DA SEMANA – EDIÇÃO DE 19/07/14
Por Mário Aurélio Sampaio e Silva
Dose dupla
Mesmo sem aparecer no telão em nenhum momento, a presidente Dilma Rousseff foi vaiada no Maracanã, aos 18 minutos do segundo tempo da partida final da Copa do Mundo entre Alemanha e Argentina. Como na abertura, realizada em São Paulo, no estádio Arena Corinthians, os gritos incluíram palavrões, mas foram rapidamente abafados.
Taça
Ao entregar a taça a Lahm, capitão da seleção alemã, a presidente, que segurou o troféu por menos de quatro segundos, ao aparecer nos telões do Maracanã, foi novamente hostilizada com gritos de “Ei, Dilma, vai tomar no c…”. Ela também foi vaiada quando sua imagem apareceu no telão durante a entrega das premiações aos melhores da Copa do Mundo.
Copa das Copas
As cúpulas da campanha e do governo Dilma irão agora explorar o termo “Copa das Copas”, e a ideia é justamente explorar durante toda a sua campanha o que o governo classifica como sucesso de logística, haja vista não ter havido graves incidentes durante todo o Mundial.
Efeito Copa?
Mesmo após ter havido uma grande aceitação do torneio, segundo a pesquisa Datafolha, encomendada pela TV Globo e pelo jornal Folha de S.Paulo, e divulgada nesta quinta-feira, a mesma indica ligeira queda na vantagem de Dilma Rousseff, do P T, na corrida às eleições presidenciais de 5 de outubro, e estabilização dos dois adversários principais, Aécio Neves e Eduardo Campos. No caso de a decisão ir para segundo turno, Dilma e Aécio estão tecnicamente empatados, e Eduardo Campos surge com 7 pontos de desvantagem.
R$ 30 bilhões
Segundo estimativa da Fipe – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – com o evento esportivo R$ 30 bilhões devem ser injetados na economia e, apesar de o impacto do evento na economia ser considerado pequeno, como aconteceu em outros países que já sediaram a Copa, o crescimento do Brasil teria sido mais fraco este ano se o País não tivesse sediado o Mundial.
Turismo
Na segunda-feira, o Governo Federal divulgou o balanço das ações desenvolvidas durante a Copa e informou que cerca de um milhão de turistas estrangeiros visitaram o Brasil durante o Mundial. O número supera em cerca de 400 mil pessoas a previsão do Ministério do Turismo, que era de que 600 mil estrangeiros viessem ao Brasil durante a Copa. Os estrangeiros vieram de 203 países diferentes. Destes, turistas de 188 países tinham ingressos para o Mundial.
Querem voltar
Segundo o governo, 95% dos estrangeiros têm intenção de voltar ao Brasil. Cada turista estrangeiro ficou, em média, 13 dias no Brasil, e 83% disseram que o país “atendeu plenamente ou superou suas expectativas”. Ao todo, 378 municípios foram visitados pelos estrangeiros durante a Copa.
Como volver a mi casa?
Centenas de torcedores do, Chile, Colômbia, Bolívia e Argentina que vieram para a Copa enfrentam dificuldade para voltar para casa após serem vítimas de roubo, furto ou por perder dinheiro e documentos nas ruas do Rio. Somente no domingo, 13 e na segunda, 14, o consulado argentino emitiu 175 passaportes provisórios. Pelo menos 270 argentinos foram vítimas de roubos no Rio durante o Mundial.
Ponte
Na segunda-feira, o deputado Edinho Araújo ocupou a Tribuna da Câmara Federal para manifestar o descontentamento da região Noroeste de São Paulo com a proposta do governo do Mato Grosso do Sul de cobrar um pedágio na ponte rodoferroviária. Segundo o parlamentar, a obra está pronta desde 1998 e totalmente paga, devendo o Governo Federal arcar apenas com os custos de manutenção.
Indignação
O fato é que o governo do Mato Grosso do Sul, após acordo com o Ministério dos Transportes, pretende assumir a manutenção da ponte rodoferroviária e licitar a manutenção da mesma, instituindo a partir de 2015 a cobrança de pedágio para a travessia.
Solução
Para o deputado, a solução para a manutenção da ponte está em projeto de lei de sua autoria, já aprovado na Câmara e em tramitação no Senado Federal, que federaliza a ponte Rodoferroviária, e que obrigará o Governo Federal a fazer sua manutenção regular, sem a cobrança do pedágio, que, se houver, prejudicará os moradores dos dois estados, encarecendo o valor dos fretes.
Indignação II
Dá pra imaginar o teor de centenas de comentários de moradores paulistas e também do Mato Grosso do Sul: era de indignação e irritação com a proposta do MS. Alguns eleitores do outro lado da fronteira prometeram dar o troco nas urnas. O assunto é especialmente explosivo em ano eleitoral.
Expectativa
Depois de cobrar o novo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, que desconhecia o acordo entre a União e MS para ‘terceirizar’ o pedágio na travessia da ponte, o deputado Edinho Araújo foi esta semana ao articulador do governo, o ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini. Mostrou sua indignação, falou sobre a forte reação da região Noroeste de São Paulo, e pediu que o ministro interceda para desfazer o acordo.
Estranho
Aliás, aqui na região há muita gente estranhando que no apagar das luzes de sua gestão o ex-ministro César Borges tenha fechado um contrato com o governo do Mato Grosso do Sul para a manutenção da ponte na qual o estado nada investiu. Ele tomou a iniciativa sem consultar as lideranças regionais e sem levar em conta a localização estratégica da ponte, e sua importância para escoar a produção de grãos do Centro-Oeste, seja por trem ou por caminhões.
Curioso
Chama atenção também o fato de que a notícia do pedágio na ponte só ganhou as páginas dos jornais quando o contrato entre os dois governos estava sacramentado e publicado no Diário Oficial. Agora, para reverter a situação, serão necessários muita briga e uma grande dose de boa vontade do governo federal. Talvez o clima eleitoral ajude.
Seca
Há pelo menos dois meses não se vê chuva considerável na região. A Cesp, concessionária responsável pelas hidrelétricas de Ilha e Três Irmãos, informou que vem trabalhando com sua capacidade mínima, mas garante que o fornecimento de energia para quase sete milhões de casas não está comprometido, porque o sistema energético do país é interligado.
Pois bem
Se as chuvas não chegarem até meados de setembro, qual será a desculpa? Medidas impopulares já deveriam ter sido tomadas, como rodízio ou multas mais rígidas por desperdício; entretanto, sabemos que até as eleições nada será feito. Os rios Paraná e Tietê já estão secando, e os Mogi e Piracicaba já foram pras cucuias, e enquanto isso a Agência Nacional reguladora diz que não precisamos nos preocupar, pois o Norte e o Sul compensam.
Na surdina
Embora esteja mais do que dito que devemos, sim, racionar água, muitos “espertinhos” da cidade estão lavando suas calçadas e carros durante a madrugada, isso para não serem pegos pelos fiscais do Saae.
Reflexo na agricultura
Aqui na região, nem mesmo as plantações mais resistentes têm conseguido se desenvolver satisfatoriamente, como o milho, sorgo e até mesmo a crotalária. A grande maioria dos agricultores não está conseguindo sequer quitar seus financiamentos este ano.