Tópicos da Semana – Edição de 31/01/15.

Publicado em 31/01/2015 01:01

Por Mário Aurélio Sampaio e Silva

Charge: Leandro Gusson (Tatto)

9Mamãe não quero…
Embora algumas religiões sejam contrárias às festas carnavalescas, o principal motivo de o Carnaval estar perdendo sua força reside no fato de que os jovens de hoje, com as festas Open Bar praticamente o ano todo, juntamente com as constantes Raves, as chamadas festas eletrônicas, não têm mais o mesmo gosto de antigamente, e isso é natural, pois, se tudo muda, porque não a preferência musical?
Diversão
Hoje em dia já existem distrações nos bares, lazer – seja na rua ou em casas de amigos – durante todo o ano, e isso vem diminuindo sobremaneira o fato de as pessoas procurarem um período específico no ano para poderem se livrar dos rigores do trabalho braçal ou das responsabilidades corporativas, e literalmente extrapolarem, não precisando mais do Carnaval, quando “tudo pode”.
Tênis Clube
Quem foi jovem nos anos 50, 60, 70 e 80 se lembra dos famosos carnavais realizados no Santa Fé Tênis Clube. Eram cinco noites e duas matinês (para as crianças) de pura folia. O salão era minuciosamente decorado e quem tinha mesas ao redor da pista redonda eram somente pessoas da “alta” sociedade.
E os foliões?
Não se sabe até hoje o porquê os foliões daquela época dançavam em sentido anti-horário, embalados pelas marchinhas de Carnaval, com muitos confetes e serpentinas. Talvez um dia saibamos…
Lança-perfume
Antigamente o lança-perfume era a coqueluche dos salões – até mesmo as crianças ganhavam tubinhos para se divertirem nos bailes. Hoje em dia é considerado entorpecente pela Vigilância Sanitária, e seu uso é crime.
Lança-perfume II
Entre as décadas de 50 e 80 o uso do lança-perfume passou a ser um constante nos bailes de Carnaval e, mesmo às escondidas (sic), os usuários, na ingenuidade inerente a época, ao inalarem o produto, tinham a sensação de euforia, excitação, de “estar voando”, formigamento na face e nas extremidades das mãos e pés e um forte barulho no ouvido, o famoso “tuim”, ou até mesmo o barulho de uma ambulância ou helicóptero etc.
Antes, o saiote; hoje, olhe lá…
O mundo tem mudado de uma forma muito rápida, ou melhor, os costumes das pessoas, leis e regras também. Quem poderia imaginar, há 10 anos, que o melhor Carnaval de Santa Fé poderia ser realizado no Recinto de Exposições, com atrações sertanejas?
Não há resgate
Não se pode mais resgatar o que morreu. Nas grandes cidades, por exemplo, o que se vê hoje em dia é uma grande evasão das pessoas, que viajam exatamente para “fugir” do Carnaval para evitar o tumulto, que, o que parece, foi o que restou dos antigos carnavais.
Salvador
Na cidade palco do maior Carnaval do mundo existem dois carnavais, um para a elite, ou melhor, para gringo ver, com os melhores nomes do Axé e Sertanejo, onde turistas pagam preços exorbitantes, na casa dos R$ 1.000,00 por uma única noite de diversão em um camarote no Circuito Barra-Ondina, e R$ 700,00 para correr atrás do trio elétrico, e o outro denominado Circuito Campo Grande.
Rio
No Rio de Janeiro, hoje em dia, a maioria dos integrantes das escolas de samba reclamam do que hoje virou, ou seja, “Carnaval de plástico”, criado artificialmente para atrair turistas, o qual contraria e até mesmo agride as tradições e a cultura.
O Carnaval de lá
No Rio, o valor do camarote é de R$ 3.809,00; frisas (ingressos para assistir aos desfiles, permitindo uma visão sem obstruções), na casa dos 2 mil reais; cadeiras individuais e numeradas, R$ 598,00; e arquibancadas, por volta de R$ 500,00.
Aqui
Da mesma forma que o indivíduo parcela a compra de sua bota em dez vezes para ir a Ficcap, ou a jovem que se enfia no crediário para comprar todos os modelitos para desfilar durante os dez dias da festa de peão, o mesmo já é rotina para quem quer ir ao Carnaval particular, uma vez que é possível comprar o ingresso para todas as cinco noites e parcelá-lo em até 6 vezes no cartão de crédito, com parcelas de R$ 70,00 para homens e R$ 53,30, mulher.
Ah, vá!!!!
Na última terça-feira, a presidente Dilma Roussef, durante reunião ministerial, afirmou que o governo não tem mais “dinheiro para jogar pela janela”, alertando os ministros que as restrições orçamentárias irão exigir mais eficiência nos gastos, ou seja, “fazendo mais e gastando menos…”.
Crescemos em 2014
Crescemos com relação a nossa dívida pública federal, ou seja, 8,15%, que inclui a dívida interna e externa do País. Em 2013, o montante era de R$ 2,112 trilhões, e no ano passado, R$ 2,295 trilhões. É, realmente não podemos mais jogar dinheiro pela janela, senhora Presidenta da República. Precisamos mesmo é botar na cadeia quem anda queimando dinheiro, coisa de louco, viu?
Rombo
Na última quarta-feira, 28, o Mistério Público Federal divulgou o balanço sobre a Operação Lava Jato, revelando desvios de 2,1 bilhões da Petrobras, montante que se refere somente aos crimes já denunciados, até porque, caso haja mais denúncias o valor pode ser ainda muito maior.

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