Tópicos da Semana – Edição de 31/12/16.

Publicado em 31/12/2016 00:12

Por Mário Aurélio Sampaio e Silva.
Charge: Leandro Gusson (Tatto).

Charge 31-12-2016Eita aninho!!!
E 2016 foi um ano muito difícil e extremamente atípico para não somente os santafessulenses como também para a grandessíssima maioria do povo brasileiro. Em âmbito nacional, o fato mais marcante foi a exaustiva votação de todas as etapas do impeachment da presidente Dilma Rousseff, num processo que representou um golpe parlamentar e midiático. Tivemos, ainda, várias propostas e projetos debatidos exaustivamente no Senado Federal e na Câmara dos Deputados, muitos dos quais poderão representar verdadeiros retrocessos nos direitos historicamente conquistados pela população brasileira. Agora, haverá de ser ter muita reza por um 2017 melhor!!!

Nas cidades
Em termos de municípios, principalmente nas cidades pequenas, seus administradores sentiram na pele a árdua função de conduzir e aplicar o dinheiro público, haja vista que cada vez menos verbas foram destinadas a eles. Tempos de crise que forçaram prefeitos da grande maioria do país a procurar meios de reinventar novas formas de governar, e aí daquele que não cortou gastos.

Enquanto isso…
Enquanto isso, no Brasil somos pelo menos 22 de trabalhadores desempregados, se considerarmos também os trabalhadores subocupados e os inativos com potencial para trabalhar, sem contar que atualmente contabilizamos 20 milhões de pessoas que vivem em extrema pobreza.

Pelo menos, vai…
O acesso mínimo a serviços que ofereçam qualidade de vida, como saúde, moradia e educação, deve ser observado com mais afinco. O direito à alimentação não é apenas comer. É também o direito à saúde, à educação, a ser cidadão, a participar da vida social, a participar da democracia brasileira e, portanto, ter consciência desses direitos, poder se organizar, inclusive, para lutar por eles.

Caranguejo
Neste ano que se inicia teremos aí uma batalha decisiva sobre o tema da responsabilidade fiscal e sobre a viabilidade financeira e fiscal do Estado brasileiro tal como se encontra, afinal estamos diante do que poderíamos chamar da maior recessão da história, mesmo se compararmos a Grande Depressão de 1929, ou seja, o país está andando para trás, feito caranguejo.

Raro momento
Nunca dantes o país presenciou uma combinação de fatos inóspitos, uma rara junção de incompetência econômica, corrupção e cinismo ao inventar “narrativas” para ocultar a malversação. Não há precedente em nenhum desses três vícios nessa escala, e combinados. Estamos diante de uma verdadeira tempestade que deverá ser um pouco mais longa do que gostaríamos.

Relembrando
Em 2011, as exportações brasileiras alcançaram o recorde de US$ 256 bilhões, 14% do PIB – Produto Interno Bruto –. A China já era o maior parceiro comercial do Brasil. As exportações para o país asiático cresceram quatro vezes mais que as exportações totais entre 2000 e 2010, com destaque para soja, café, minério de ferro e petróleo.

Xô, pobreza
Mais de 40 milhões de brasileiros deixaram a pobreza e se tornaram a “nova classe média”. Passaram a ter condições de comprar produtos antes considerados “coisa de rico”, como carros, televisores de tela plana e refrigeradores.
Passos lentos
Quando Lula deixou a Presidência, em 2010, o país registrou uma taxa de crescimento do PIB de 7,5%, a maior expansão desde 1986, entretanto o estímulo ao consumo e a forte demanda por produtos não foram acompanhados pelo crescimento na produtividade, e a indústria brasileira foi a primeira a dar sinais de que a coisa não ia bem.

Xing Ling
Houve uma invasão de produtos importados da China e a indústria nacional não acompanhou, não conseguiu competir. Em 2006 a balança comercial de produtos manufaturados no Brasil teve superávit de US$ 5 bilhões. Apenas cinco anos depois, em 2011, passamos a um déficit de mais de US$ 92 bilhões.

Ops, foi mal
Os preços subiram e para manter a inflação sob controle o novo governo, sob o comando de Dilma Rousseff, lançou uma política fiscal mais austera, elevando a taxa de juros para mais de 12% em 2011. Mas com a piora do contexto internacional devido à desaceleração da economia chinesa, o governo voltou atrás e decidiu reduzir novamente a taxa básica de juros, cortando impostos e ampliando o gasto público.

A luta contra a corrupção
Pouco depois da reeleição de Dilma Rousseff, em 2014, foram revelados os primeiros resultados da Operação Lava Jato, realizada pela Polícia Federal, a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro já realizada no Brasil. Foi então exposta uma rede criminosa formada por políticos, servidores públicos, empresários e doleiros que desviaram ou desviou bilhões de reais dos cofres da Petrobras.

Lavando
No esquema, que funcionou por mais de 15 anos, grandes empreiteiras pagavam propina para altos executivos da estatal e outros agentes públicos em troca de contratos bilionários superfaturados. Entretanto, o que não poderíamos imaginar era que todo esse escândalo iria se tornar um fator de risco político que contribuiu de forma significativa para a paralisação da economia. Paramos!!! Viramos poste!!! Bora rezar por um país melhor…

 

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