ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM FOCO PARTICIPAÇÃO POPULAR: O CIDADÃO COMO PARTE DA SOLUÇÃO

Fernando Longhi Tobal
Advogado
Especialista em Direito Público

A administração pública não deve ser feita apenas para o povo, mas com o povo. Esse é o princípio da participação popular, uma das bases da democracia moderna.
Em muitos municípios, o cidadão ainda é visto apenas como alguém que “reclama” ou “cobra demais”. Mas quando a população participa ativamente da gestão, ela deixa de ser apenas espectadora e passa a ser parte da solução.
A Constituição Federal garante esse direito. Audiências Públicas, Conselhos Municipais, Conferências Temáticas, Ouvidorias e até consultas eletrônicas são formas legítimas de envolver a sociedade nas decisões do poder público. E quanto mais simples e acessíveis forem esses canais, maior será a adesão da população.
Quando o morador de um bairro ajuda a definir onde será aplicada uma verba, ou quando representantes da sociedade civil participam da elaboração do Plano Diretor ou das prioridades do orçamento, o resultado costuma ser mais justo, eficiente e duradouro.
Além disso, a participação fortalece o controle social. Cidadãos atentos e informados fiscalizam melhor, cobram com mais consciência e ajudam a combater desperdícios, abusos e decisões mal explicadas.
Mas a participação popular não nasce sozinha. Ela precisa ser incentivada pela gestão pública, com informação clara, espaços de escuta reais e valorização das contribuições da comunidade. Ignorar a voz popular é desperdiçar conhecimento e minar a confiança na política.
Cidades mais democráticas, transparentes e humanas são construídas com a colaboração de todos. O gestor que ouve, respeita e compartilha decisões com o povo governa melhor e com mais legitimidade.