CAMINHONEIROS PROMETEM PARAR O PAÍS COM GREVE EM 20 ESTADOS

Publicado em 9/11/2015 08:11

Os caminhoneiros começaram na madrugada de hoje, 9, uma greve que deve parar as rodovias de todo o país, segundo seus organizadores, que esperam paralisações em pelo menos 20 estados. A greve está sendo organizada pelo Comando Nacional do Transporte – CNT –, movimento que surgiu na internet e que não tem personalidade jurídica nem o apoio dos sindicatos dos caminhoneiros. O Palácio do Planalto passou o fim de semana monitorando as redes sociais para tentar medir o impacto da paralisação sobre as rodovias brasileiras. A avaliação foi de que o movimento não será significativo, embora possa causar transtornos em locais isolados. O maior temor é de que haja bloqueios em estradas, o que pode provocar desabastecimento.
Esta é a segunda greve de caminhoneiros no ano; a primeira ocorreu em fevereiro, sendo que as interdições em rodovias prosseguiram até abril. Esta nova paralisação começou a ser convocada pelo CNT nas redes sociais e por meio do aplicativo de celular WhatsApp em outubro. O grupo é liderado por Ivar Schmidt, de Mossoró, Rio Grande do Norte. A principal reivindicação é a renúncia da presidente Dilma Rousseff.
“A paralisação será por tempo indeterminado, até que haja a renúncia da presidente Dilma. Temos adesões em vários lugares do país, e será uma paralisação grande. A população e o governo vão se surpreender”, afirmou Schmidt, por telefone.
Segundo o governo, o teor das mensagens divulgadas pelo CNT nas redes sociais deixa claro que a nova greve é um movimento político que tem como objetivo principal enfraquecer a presidente Dilma. Tanto que um dos objetivos declarados da greve é pressionar pelo impeachment. A pauta de reivindicações inclui ainda a redução do preço do diesel e do frete mínimo, a anulação de multas aplicadas em manifestações anteriores e a liberação de crédito com juros subsidiados.
Na semana passada, a União Nacional dos Caminhoneiros – Unicam – chegou a divulgar nota afirmando que não apoia a paralisação, defendendo o diálogo para tratar dos interesses da categoria. “O posicionamento aqui expressado vai ao encontro do espírito de pacificação de conflitos, por meio de negociações, que sempre norteou o encaminhamento de questões de tal envergadura, com vistas ao encontro de solução aos problemas inerentes à categoria.”
Já a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos – CNTA – informou considerar imoral e repudiar qualquer mobilização que se utilize da boa-fé dos caminhoneiros autônomos para promover o caos no país e pressionar o governo em prol de interesses políticos ou particulares, que nada têm a ver com os problemas da categoria. O Globo

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