Criatividade: O combustível que mantém o cérebro vivo

Por Sol Flores

Solange das Flores Nascimento (Sol Flores) – Psicóloga psicanalista, atriz e diretora profissional e pós graduada em metodologia do ensino

A criatividade não é um privilégio dos artistas. Ela é uma força vital presente em todos nós, uma capacidade humana de inventar caminhos, buscar soluções, imaginar possibilidades e transformar a vida em algo mais colorido e significativo. Quando estimulamos nossa criatividade, não estamos apenas criando obras de arte, estamos exercitando o cérebro, fortalecendo conexões neurais e cultivando a saúde mental.
O cérebro criativo é um cérebro ativo
Estudos em neurociência mostram que atividades criativas ativam diversas áreas cerebrais simultaneamente: memória, linguagem, emoção e raciocínio lógico. Ou seja, quando pintamos, escrevemos, atuamos, cantamos ou mesmo encontramos uma nova forma de resolver um problema cotidiano, estamos colocando o cérebro para trabalhar em alta performance. Esse tipo de exercício mental ajuda a prevenir o declínio cognitivo e mantém a mente mais ágil.
Criatividade como ferramenta terapêutica
Na minha prática como psicóloga, unindo arte e cuidado com a saúde emocional, vejo diariamente como a criatividade pode transformar vidas. Já acompanhei idosos que, por meio de oficinas de teatro e expressão artística, recuperaram a autoestima, fortaleceram a memória e se sentiram novamente protagonistas de suas histórias.
Mas não são apenas os idosos que colhem benefícios. Crianças, jovens e adultos também encontram na criatividade uma forma de lidar com emoções, reduzir o estresse, melhorar a concentração e se conectar mais profundamente consigo mesmos e com os outros.
A ciência confirma o que a arte sempre soube
Engajar-se em atividades criativas libera dopamina, o neurotransmissor associado ao prazer e à motivação. Isso significa que criar não apenas nos diverte, mas também nos fortalece emocionalmente, ajudando no combate à ansiedade e à depressão.
A criatividade funciona como uma espécie de ginástica cerebral que, além de treinar a mente, nutre a alma.
Criar é existir de forma plena
Ser criativo não é apenas pintar quadros ou escrever poesias – é olhar para a vida com a disposição de inventar. É permitir-se brincar, errar, imaginar e arriscar. Quando despertamos a criatividade, ampliamos nossas possibilidades de existir de forma plena e saudável.
Acredito que a criatividade é um dos maiores patrimônios humanos. Ela é a ponte entre o mundo interno e o externo, entre o pensamento e a ação, entre o sonho e a realidade. Estimulá-la é, ao mesmo tempo, cuidar do cérebro, da emoção e do coração.
Mensagem final:
Se quisermos um mundo mais saudável, mais humano e mais conectado, precisamos dar espaço para a criatividade florescer em todos os ambientes: escolas, empresas, lares, comunidades e corações. Porque onde há criação, há vida pulsando.