ESTADO AFASTA SEGURANÇA QUE AGREDIU EQUIPE DA TV TEM
A Secretaria Estadual de Saúde informou em nota que determinou à empresa responsável pela segurança do prédio do Departamento Regional de Saúde de São José do Rio Preto , o afastamento imediato do funcionário que agrediu uma equipe da TV TEM, que fazia reportagem no local sobre a demora na entrega de medicamentos.
A agressão ocorreu na manhã de quarta-feira, 29. Na nota, a secretaria informa ainda que foi aberta sindicância para investigar a conduta de um servidor que aparece na reportagem tentando impedir o registro das imagens. “Ele será afastado de suas funções atuais e está sujeito às sanções previstas na legislação que rege o serviço público estadual”, informa.
Durante as agressões, uma pessoa põe a mão na lente da câmera e empurra o repórter cinematográfico. Ele não é segurança, mas sim um servidor da Secretaria Estadual de Saúde, José Natalino da Silva, gerente administrativo do DRS.
A secretaria ainda pediu desculpas à TV TEM de Rio Preto e considera inadmissível qualquer forma de agressão ou tentativa de impedir que a imprensa exerça seu papel de informar e prestar serviço ao cidadão.
“O que aconteceu foi legitimamente um atentado contra a democracia, fere os direitos a liberdade e fere o direito a informação do cidadão”, afirma o diretor do Sindicato de Jornalistas de Rio Preto, Harley Pacola.
O Conselho Nacional dos Jornalistas e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo também repudiaram as agressões. O prefeito de Rio Preto, Valdomiro Lopes, disse lamentar o episódio e reafirma que na democracia deve haver liberdade de imprensa. Já o presidente da Câmara, Paulo Pauléra, registrou uma moção de repúdio ao ocorrido.
“Claro que a OAB vê com preocupação o fato de ser agredido um jornalista, porque por trás de um jornalista está o direito constitucional de informação do cidadão”, diz Odiney Bianchini, conselheiro estadual da OAB.
Entenda o caso
A equipe da TV TEM foi até o prédio da Diretoria Regional de Saúde a pedido de vários pacientes que aguardavam durante quatro horas a liberação de remédios. Quando o repórter cinematográfico João Selare e a produtora Juliana Barriviera chegaram ao local, o portão estava aberto, como sempre fica na parte da manhã, já que é por onde as pessoas passam para buscar medicamentos.
Assim que a equipe entrou no pátio, o segurança agiu com truculência, não quis conversar e sequer avisou a direção de que a equipe estava no local. Foi em direção à equipe da TV e fechou o portão no repórter cinematográfico João Selare, que teve o corpo prensado e caiu. Outra pessoa, identificada depois como funcionário do Departamento Regional de Saúde também participou da agressão. A pressão arterial do cinegrafista caiu e ele sentiu dores fortes no braço esquerdo. Polícia e resgate dos bombeiros foram acionados e ele foi socorrido. João Selare ficou parte da tarde internado, passou por exames e está bem. A polícia registrou o caso como lesão corporal de natureza desconhecida. A produtora Juliana Barriviera nada sofreu. G1