GÊMEAS SIAMESAS ESTÃO UNIDAS EM UM CORAÇÃO

Publicado em 11/03/2014 12:03

A gravidez de gêmeas siamesas de uma moradora de Santa Clara D’Oeste se tornou destaque em toda a região Noroeste Paulista após a reportagem de O Jornal de Santa Fé do Sul.
Deise Roberta de Souza Costa, de 34 anos, está em sua segunda gestação. Oito anos após ter a primeira filha, está gravida de duas meninas que se chamarão Alice e Sofia, gêmeas siamesas, que estão ligadas em um só coração.
À reportagem de O Jornal, ela contou que como não tem ciclo menstrual, só descobriu a gestação com quatro meses, após passar mal. “Eu fiz, primeiro, um teste de farmácia e, depois, um se sangue, e ambos confirmaram a gestação. No primeiro ultrassom deu para ver que eram gêmeos, mas não que estavam ligados”.
Disse ainda que, como na primeira gravidez teve pré-eclâmpse e ainda diabetes gestacional, foi encaminhada para o AME – Ambulatório Médico de Especialidades-, de Santa Fé, por ser gestante de alto risco.
“No segundo ultrassom, também não deu para ver a ligação entre os bebês. Fiz a ultrassonografia morfológica, em Fernandópolis, e foi quando o médico pode ver que eram meninas e que estavam ligadas pelo tórax e parte do abdômen. Elas também dividem o fígado, porém o médico disse que é um órgão que dá para dividir porque ele se regenera”, explicou.
Desde então, Deise, que agora está com sete meses de gravidez, acompanhada pelo marido Leandro Roberto Lucheti, tem sido atendida por uma equipe médica do Hospital de Base de São José do Rio Preto.
“Eu já fiz duas ecocardiogramas e três ressonâncias, sendo a última na quarta-feira, dia 26 de fevereiro. E, com os exames, eles sempre afirmam que a parte mais complicada é a da área cardíaca, já que as duas, que estão com peso ideal, e se desenvolvem normalmente, dividem um só coração”.
Ela relatou ainda que o coração, na verdade, está com a bebê localizada no lado esquerdo do útero. “Não tem sido fácil, quem fica sabendo do caso já está orando por nós, porque os médicos não garantem que sobreviva nem uma das meninas, já que só conseguem localizar uma área cardíaca”.
Emocionada, ela e o marido contaram que a filha de oito anos está muito empolgada com as irmãs que nascerão. “Tudo que ela vê, quer comprar, mas os médicos já recomendaram que eu não compre nada, que não faça planos, e isso é muito duro, principalmente porque sinto vidas dentro de mim, uma vez que elas mexem o tempo todo, estão com peso ideal como bebês normais”.
Deise está sendo acompanhada por uma junta médica composta por nove médicos, dentre eles cardiologistas, pediatras, psicólogos e outros que já lidam com gestações imperfeitas. “Estamos sendo muito bem atendidos e amparados, e os médicos, que já lidam com casos assim naquele hospital, têm sido sinceros quanto à situação, o que, apesar se der duro, é bom para nós saber a realidade tal como é”, disse o marido Leandro Roberto.
O parto deverá ser feito com 38 semanas, o que deve acontecer em abril. “O corte da cesárea será em T, e, se for mesmo um único coração como os exames mostraram até agora, precisarei de uma autorização judicial para que os médicos separem imediatamente as meninas. Com isso, eu posso ter uma, ou nenhuma delas, porque eles não garantem nem com a cirurgia de separação”.
Deise relatou que na família dela há casos de gêmeos e também trigêmeos e que, conforme o médico explicou, o problema da ligação, foi durante a fecundação dos óvulos, pois o normal é que após fecundar se separem com quatro dias; e no caso dela demorou de 10 a 13 dias, o que ocasionou a ligação dos fetos.
“Já me perguntaram e relataram que eu deveria ter antecipado o parto, mas eu digo que mãe que é mãe não abandona o filho jamais, seja na gestação ou depois, podendo ser o filho o que for. Eu nunca poderia ter antecipado o parto porque sinto vidas dentro de mim, e estaria matando minhas filhas. Já coloquei nas mãos de Deus e tenho fé de que Ele me ajudará. Agradeço a todas as pessoas que estão rezando por nós, porque para Deus nada é impossível, pois Ele é o médico dos médicos”, finalizou.

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