MULHER DE SANTA CLARA ESTÁ GRÁVIDA DE GÊMEAS SIAMESAS E QUE ESTÃO UNIDAS COM UM CORAÇÃO
Desde que soube de sua segunda gravidez, a moradora de Santa Clara D’Oeste, Deise Roberta de Souza Costa, de 34 anos, tem passado por situações um tanto quanto aflitas.
À reportagem de O Jornal, ela contou que como não tem ciclo menstrual, só descobriu a gestação com quatro meses, após passar mal. “Eu fiz, primeiro, um teste de farmácia e, depois, um se sangue, e ambos confirmaram a gestação. No primeiro ultrassom deu para ver que eram gêmeos, mas não que estavam ligados”.
Disse ainda que, como na primeira gravidez teve pré-eclampse e ainda diabetes gestacional, foi encaminhada para o AME – Ambulatório Médico de Especialidades-, de Santa Fé, por ser gestante de alto risco.
“No segundo ultrassom, também não deu para ver a ligação entre os bebês. Fiz a ultrassonografia morfológica, em Fernandópolis, e foi quando o médico pode ver que eram meninas e que estavam ligadas pelo tórax e parte do abdômen. Elas também dividem o fígado, porém o médico disse que é um órgão que dá para dividir porque ele se regenera”, explicou.
Desde então, Deise, que agora está com sete meses de gravidez, acompanhada pelo marido Leandro Roberto Lucheti, tem sido atendida por uma equipe médica do Hospital de Base de São José do Rio Preto.
“Eu já fiz duas ecocardiogramas e três ressonâncias, sendo a última na quarta-feira, dia 26 de fevereiro. E, com os exames, eles sempre afirmam que a parte mais complicada é a da área cardíaca, já que as duas, que estão com peso ideal, e se desenvolvem normalmente, dividem um só coração”.
Ela relatou ainda que o coração, na verdade, está com a bebê localizada no lado esquerdo do útero. “Não tem sido fácil, quem fica sabendo do caso já está orando por nós, porque os médicos não garantem que sobreviva nem uma das meninas, já que só conseguem localizar uma área cardíaca”.
Emocionada, ela e o marido contaram que a filha de oito anos está muito empolgada com as irmãs que nascerão. “Tudo que ela vê, quer comprar, mas os médicos já recomendaram que eu não compre nada, que não faça planos, e isso é muito duro, principalmente porque sinto vidas dentro de mim, uma vez que elas mexem o tempo todo, estão com peso ideal como bebês normais”.
Deise está sendo acompanhada por uma junta médica composta por nove médicos, dentre eles cardiologistas, pediatras, psicólogos e outros que já lidam com gestações imperfeitas. “Estamos sendo muito bem atendidos e amparados, e os médicos, que já lidam com casos assim naquele hospital, têm sido sinceros quanto à situação, o que, apesar se der duro, é bom para nós saber a realidade tal como é”, disse o marido Leandro Roberto. O parto deverá ser feito com 38 semanas, o que deve acontecer em abril.