INFLAÇÃO É A MAIS ALTA DESDE 2002

Publicado em 8/11/2015 11:11

A inflação em outubro ficou em 0,82%, o que representa aceleração em relação a setembro, quando havia sido de 0,54%. Em 2015, no acumulado de janeiro a outubro, a alta de preços chega a 8,52%%, valor mais alto para o período desde 1996 (8,7%).
O indicador de outubro é o mais elevado para o mês desde 2002, 1,31%. No mesmo mês do ano passado, a alta dos preços havia sido de 0,42%.
Em 12 meses, a inflação atingiu 9,93%, a maior desde novembro de 2003, 11,02%. O valor está acima do limite máximo da meta do governo; o objetivo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, mas com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja, podendo oscilar de 2,5% a 6,5%.
Os dados do IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo – foram divulgados nesta semana pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –.
Combustíveis e alimentos puxaram inflação
O aumento nos preços dos combustíveis foi o principal responsável pela aceleração da inflação em outubro. Com peso de 4,89% no IPCA, eles ficaram 6,09% mais caros no mês.
A alta é consequência de um reajuste de 6% no preço da gasolina e de 4% no do Diesel nas refinarias, estabelecido pela Petrobras no final de setembro.
Em média, a gasolina ficou 5,05% mais cara nos postos, mas a alta chegou a 6,21% em São Paulo e a 6,12% em Curitiba.
O outro item que puxou a elevação dos preços foi o de alimentação e bebidas 0,77%.
A alimentação fora de casa teve alta de 0,93%, mais intensa do que os alimentos consumidos em casa 0,68%. Com isto, a inflação do grupo de alimentos e bebidas chega a 10,39% nos últimos doze meses.
De setembro para outubro, os preços de grande parte dos alimentos subiram. O frango foi o produto com maior alta, de 5,98%, seguido pelo açúcar 4,43%.
Por outro lado, o preço da cebola, que já passou por sucessivas altas neste ano, foi o que mais caiu entre os alimentos. O produto ficou 32,64% mais barato. Outro destaque, a batata inglesa ficou 10,69% mais barata.
Economistas esperam alta de quase 10% no ano
De acordo com a última edição do Boletim Focus, levantamento feito pelo Banco Central com instituições financeiras, é esperada inflação de 9,91% neste ano. Os economistas têm subido a projeção de inflação há sete semanas.
Quando a inflação estoura o teto da meta do governo 6,5%, o presidente do Banco Central precisa redigir uma carta explicando os motivos.
Inflação e juros
A inflação alta tem sido uma das principais dores de cabeça para o Banco Central nos últimos anos.
A taxa de juros é um dos instrumentos mais básicos para controle da alta de preços.
Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair obedecendo à lei da oferta e procura, o que, em tese, controlaria a inflação.
Na última reunião, o BC manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 14,25%, interrompendo uma sequência de sete altas.
Essa taxa de juros é a mais alta desde agosto de 2006, quando ela também estava em 14,25%. Uol

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