MENINA QUE ESPALHOU CARTAS COM PEDIDO DE SOCORRO PEDIU PARA VIZINHA ADOTÁ-LA: ‘ESTAVA MUITO ASSUSTADA’
A menina de 12 anos que pediu socorro aos vizinhos por cartas apresentava ferimentos e até pediu para uma mulher a adotá-la, segundo o relato de uma das testemunhas do caso registrado na Vila Toninho, em São José do Rio Preto.
O boletim de ocorrência do caso foi registrado na última quinta-feira (11), após a vizinha da menina encontrar a carta e acionar as autoridades. No papel havia um endereço e os nomes dela e do irmão, além do pedido de “socorro”.
Ao g1, a mulher relatou que a menina chorava quando bateu na porta da casa dela. Em seguida, mostrou marcas de ferimentos no pescoço e nas costas.
Questionada, a criança não soube explicar a motivação das agressões provocadas pelo pai que, segundo a mulher, é usuário de drogas. A menina também disse à vizinha que era constantemente agredida, por isso fugiu e procurou ajuda.
“Desde o ano passado ela vem sofrendo agressões. A gente já tinha tentado acionar a polícia e o Conselho Tutelar, mas não tínhamos provas. A menina me contou que teve uma vez que levou um murro no olho e um tapa na cara”, disse.
“Ela também pediu que eu a adotasse, o que me deixou revoltada. Eu me dispus a ajudar porque eu vi que a menina criou forças para pedir socorro quando viu que tinha um apoio dos vizinhos. Ela disse que tinha muito medo dos pais, mas parece que a mãe tentava ajudar, mas também apanhava”.
INVESTIGAÇÃO
Os pais da menina vão ser investigados por maus-tratos, conforme a Polícia Civil. A equipe chegou a ir até a casa da família, mas o local estava fechado.
Nesta segunda-feira (15), a mãe da menina prestou depoimento na delegacia. Segundo o juiz responsável pelo caso da Vara da Infância e Juventude, Evandro Pelarin, a criança foi acolhida de forma emergencial até que seja concluída a análise psicossocial da família.
“Muito provavelmente levaremos alguns dias para conhecer melhor os fatos, para que os técnicos apliquem os estudos científicos na psicologia, até que tenhamos elementos mais sólidos para decisões mais definitivas”, afirmou o juiz.
Na quinta-feira (11) a mãe foi ouvida, mas negou as agressões relatadas pela criança, que completou 12 anos no último sábado (13). g1.