MOTORISTA QUE ATROPELOU MANIFESTANTES EM MIRASSOL É INDICIADO POR 18 TENTATIVAS DE HOMICÍDIO
A Polícia Civil de Mirassol indiciou por 18 tentativas de homicídio o motorista do Fox que acelerou contra manifestantes na Rodovia Washington Luís. O atropelamento em série aconteceu no dia 2 de novembro, feriado de Finados, no km 450 da pista, sentido Mirassol/Rio Preto, onde acontecia uma manifestação contra o resultado das eleições presidenciais.
Responsável pelo inquérito, o delegado Marcelo Rogério Barozzi, que também presidiu o flagrante, disse que as investigações corroboram com o entendimento que ele teve quando prendeu o autor de 29 anos.
“As provas estão mais robustas. Vídeos aos quais tivemos acesso demonstram que o motorista sequer parou. Ele vai avançando devagar até o momento em que arranca com o veículo contra as pessoas. Outro vídeo mostra que o vidro do motorista estava fechado, desmentindo a versão de que acelerou porque foi agredido”, disse.
Boa parte das vítimas já foi ouvida formalmente na delegacia ou por videoconferência.
Uma delas é a almoxarife Isabela Gomes de Morais, 26, que fraturou sete ossos das costelas e trincou o cotovelo direito, além de sofrer escoriações por todo o corpo.
“Eu estava de costas para o carro. Fui sendo arrastada até cair e o veículo passar por cima de mim. Fiquei alguns minutos em estado de choque, como se o tempo tivesse parado. Sentia muita dor, a sensação era de morte”, lembra.
Um médico que estava na manifestação prestou os primeiros socorros e Isabela foi internada no Hospital de Base, onde permaneceu até o dia 5.
Outra pessoa levada para o HB foi o marceneiro Joanilson Ribeiro, 49, que fraturou vários ossos do pé direito e foi submetido a cirurgia. Sem poder pisar no chão, ele recebeu afastamento de 90 dias e se recupera em casa.
Não há mais nenhuma vítima hospitalizada.
O inquérito já foi encaminhado para apreciação do Ministério Público.
Priscila Furlaneto, advogada do motorista, impetrou habeas corpus pedindo a revogação da prisão preventiva e substituição por medidas cautelares. O pedido ainda não foi analisado pela Justiça. Diário da Região.