O muro da discórdia de Trump

Publicado em 28/01/2017 00:01

No cotidiano geralmente construímos um muro com o intuito de separar os nossos bens materiais. Sempre serve como divisa de uma casa, um terreno ou de um lote.
O famoso Muro de Berlim separava pessoas de ideologia diferentes: capitalista e socialista. Mas mesmo assim havia pessoas que ficavam em “cima do muro” ou com “um pé em cada canoa”.
Diferente do Muro de Berlim, que foi derrubado, a construção de um, muitas vezes causa discórdia, como no caso de vizinhos.
Dois meses depois de acusar os mexicanos de “assassinos” e “estupradores” e de afirmar claramente que o país vizinho “não é nosso amigo”, o candidato Republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, mudou o tom. Diante do presidente do México, Enrique Peña Nieto, qualificou os vizinhos de “uma gente incrível” e “espetacular”. Isso não o livrou de uma reprimenda por parte do anfitrião. “O próximo presidente norte-americano encontrará no México e em seu governo, um vizinho que deseja trabalhar construtivamente para fortalecer a relação entre nossas nações e, juntos, enfrentarmos os desafios”, declarou Peña Nieto. “Minha prioridade, como presidente do México e a de meu governo, é proteger os mexicanos, onde quer que eles estejam. Os mexicanos nos EUA são gente honesta e trabalhadora, são pessoas de bem. Eles merecem o respeito de todos.”
Trump escutou tudo, impassível, e deixou a Cidade do México com a determinação de erguer um muro na fronteira entre os dois países cujas despesas de construção da barreira anti-emigração caberiam ao vizinho. Na reunião privada que manteve com Peña Neto, Trump abordou o fim da imigração ilegal, o reforço da fronteira, o desmantelamento de cartéis de narcotráfico e a suspensão do fluxo de armas ao longo da fronteira e o fortalecimento do Acordo de Livre Comércio Norte-Americano (Nafta).
Em contrapartida, Enrique Peña Nieto afirmou que o México não pagará pelo muro que Donald Trump quer erguer entre os dois países para combater a imigração clandestina. “Os Estados Unidos deveriam comprometer-se em pôr fim ao tráfico ilegal de armas [do seu território] em direção ao México, bem como em parar o fluxo de dinheiro de origem ilegal, que recebem aqui as organizações criminosas.”
Mas Trump afirmou que os Estados Unidos irão adiantar o dinheiro para permitir a rápida construção do muro fronteiriço, mas prometeu que a fatura será posteriormente enviada ao México.
Nieto retrucou dizendo que “Um país não pode pagar algo que não concorda em construir e que, para além do mais, não lhe trás benefícios. Só beneficia os Estados Unidos, porque o que pretende é evitar que os mexicanos atravessem a fronteira.”
Parece briga de comadre da vizinhança de comunidade carente…

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