PACIENTE DA RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA DE SANTA FÉ ENCONTRA IRMÃ APÓS 30 ANOS
José Carlos dos Santos, de 48 anos, morador da Residência Terapêutica de Santa Fé, encontrou sua única irmã após 30 anos sem vê-la. Ele, que mora na Residência desde 2010, quando a mesma foi inaugurada, reencontrou a irmã neste mês.
O Serviço de Residência Terapêutica é um programa realizado pela Prefeitura de Santa Fé, através da Secretaria de Saúde, em parceria com os Governos Estadual e Federal.
Segundo a assistente social e coordenadora técnica da Residência Terapêutica, Irene Faustino de Farias Junqueira, quando José Carlos veio para a RT de Santa Fé, ele estava sem nenhum documento ou referência familiar. “Ele veio após ficar internado no Hospital Psiquiátrico Sayão, em Araras. Só sabíamos seu nome porque estava no prontuário hospitalar dele. Posteriormente, fizemos a documentação tardia dele, mas não sabíamos nada sobre sua família”, contou ela.
A equipe da RT recebeu uma ligação da irmã de João Carlos, que sofre de esquizofrenia. “Tereza dos Santos ficou sabendo do paradeiro do irmão após receber uma correspondência do hospital de Araras fazendo referencia à sua internação no local. Ela procurou o hospital, que informou que ele havia sido enviado para a RT daqui. Tudo isso aconteceu no final de 2014; porém, como Tereza não possuía condições financeiras para comprar a passagem e vir visita-lo, ela solicitou a passagem através do programa do governo que fornece passagem gratuita para idosos, e este mês conseguiu e veio para Santa Fé”, relatou Irene.
Contou ainda que assim que viu a irmã, José Carlos a reconheceu e ainda lembrou dos sobrinhos. “Foi um momento muito emocionante. A irmã contou que assim que a mãe dos dois faleceu, José Carlos teve um surto e ela o internou. Na época o hospital em que ele estava foi fechado e então o transferiram, sem avisar a ela, que, por sua vez, perdeu o paradeiro do irmão”, relatou Irene.
Tereza ficou três dias na RT e participou de todas as atividades que o irmão realiza todos os dias. “Ela ficou muito feliz com a forma com que ele vive e confirmou que ele é muito bem tratado. A Tereza relatou que não tem condições de levar José Carlos para conviver com ela, mas disse que voltará para visita-lo ainda este ano.
Durante todos esses anos ela chegou a pensar que ele tivesse morrido e afirmou que ele certamente ganhou na loteria por morar em um local tão bom e adequado, onde recebe tudo o que precisa. Todos nós ficamos muito felizes com o reencontro”, contou.
A RT abriga 8 homens que sofrem com transtornos mentais e que são cuidados por dois cuidadores diurnos e dois noturnos, além de participarem de diversas atividades, passeios, almoçarem ou jantarem em algum restaurante uma vez por mês. “Nós ainda comemoramos os aniversariantes do mês e eles recebem acompanhamento médico do Nias – Núcleo Intensivo de Assistência Social –, e Caps – Centro de Atenção Psicosocial –, finalizou Irene Junqueira.