POLÍCIA FAZ RECONSTITUIÇÃO DE ATROPELAMENTO QUE MATOU JOVEM EM SAÍDA DE FESTA
A Polícia Civil vai fazer nesta terça-feira (18) a reconstituição do atropelamento que matou a jovem Estefany Ferreira Medina, de 20 anos, em São José do Rio Preto. Já a primeira audiência do caso está marcada para 27 de julho.
A vítima foi atingida por um carro na saída de uma festa, em uma estrada que dá acesso a um conjunto de chácaras entre São José do Rio Preto e Cedral, na manhã do dia 29 de janeiro. O suspeito foi encontrado dormindo em casa horas depois do atropelamento.
Por ter fugido sem prestar socorro, João Pedro Alves, de 23 anos, foi denunciado por homicídio duplamente qualificado. Segundo o Ministério Público, ele passou a madrugada ingerindo bebida alcoólica e dirigia acompanhado de amigos.
Durante a investigação, testemunhas informaram que João Pedro dirigia de forma perigosa e ziguezagueava rapidamente, a ponto de os passageiros perderem o contato com o banco quando o carro passava por lombadas.
De acordo com a denúncia do MP, João atingiu Estefany com o carro enquanto ela estava sentada fora do local de passagem dos veículos. Ela foi arrastada e morreu no local por politraumatismo.
Além da jovem, o motorista também atingiu um amigo de Estefany, que teve ferimentos leves ao se esquivar. O suspeito desceu do carro, viu que atropelou as vítimas e fugiu sem prestar socorro, mas depois foi encontrado e preso.
Além do homicídio duplamente qualificado, João foi denunciado por lesão corporal. Os crimes foram praticados mediante dolo eventual, ou seja, ele assumiu o risco do acidente.
TROCA DE MENSAGENS
Após o acidente, João Pedro trocou mensagens com os amigos que estavam no carro. Na conversa obtida pelo g1 é possível ver que João Pedro pede para um amigo fingir que não o conhecia.
• João: tá aí?
• Testemunha: sim, onde você está?
• João: o que houve?
• Testemunha: amigo, você atropelou uma menina. Você tem noção?
• João: seguinte, vocês não me conhecem.
Em outro trecho da conversa, o amigo diz que João Pedro deveria ter prestado socorro à vítima, mas é rebatido.
• Testemunha: se puder volta lá e presta socorro amigo, por favor.
• João: eu vou ver o que faço, mas não fala que me conhece.
Também é possível ver que João Pedro afirma que não pode assumir a responsabilidade pelo acidente, porque tem “carreira para seguir”.
• João: eu não posso assumir isso
• Testemunha: amigo, você pode, sim, porque foi tu, mas não culpo você.
• João: não posso, vê o que aconteceu e finge que vocês são desconhecidos. Estava todo mundo louco.
• Testemunha: sim amigo, mas quem estava no controle era tu.
• João: eu tenho minha carreira para seguir, minha vida para seguir. Peguem o Uber e vão embora. g1.