REDUÇÃO DE VAZÃO EM USINAS PODERÁ REESTABELECER REPRESAS

A Cesp – Companhia Energética de São Paulo – iniciou ontem, 28, o plano de redução de vazão de água nas represas das usinas de Porto Primavera e Jupiá.
A medida deve elevar o nível de água a montante, na represa de Ilha Solteira e, em 90 dias, poderá trazer a navegabilidade de todo o curso da Hidrovia Tietê-Paraná. A informação é da Secretaria Estadual de Logística e Transportes de São Paulo.
Em razão do baixo nível de água, a navegação da hidrovia Tietê-Paraná está interrompida no trecho da usina de Três Irmãos, cujo reservatório está ligado ao de Ilha Solteira.
A ideia, segundo Casemiro Tércio Carvalho, diretor do Departamento Hidroviário, é reduzir a vazão do Porto Primavera, de 4.300 m³/s (metros cúbicos por segundo), para 3.000 m³/s. A redução irá acontecer gradativamente, e haverá monitoramento e controle de seus efeitos.
Com o menor giro das turbinas, diminui-se também a oxigenação da água, o que poderá causar mortandade de peixes. Os testes de redução de vazão devem seguir até domingo, quando se chegará ao nível esperado.
Em Jupiá, a vazão cairá de 3.700 m³/s para 2.500 m³/s. A redução nessa represa, porém, se iniciará somente no dia 10 de outubro e também acontecerá gradativamente. “O objetivo é transferir esse ganho de 1.200 m³/s para a represa de Ilha Solteira”, afirmou Casemiro.
O aumento do nível de água em Ilha Solteira irá se refletir na represa de Três Irmãos e deverá trazer, em 90 dias, condições de navegabilidade para o Rio Tietê, no trecho próximo à região dos municípios de Andradina e Buritama. A profundidade do rio no trecho interrompido está a cerca de cinco metros além da necessária para o tráfego de embarcações em condições de segurança, segundo a Capitania Fluvial do Tietê-Paraná.
A medida, diz Carvalho, também irá beneficiar os piscicultores que tiveram suas atividades prejudicadas em razão do baixo nível do reservatório de Ilha Solteira, principalmente na região de Santa Fé.
Ainda de acordo com Casemiro, a redução de vazão do Porto Primavera e Jupiá não afetará a produção de energia ou o volume de água disponível.
De acordo com ele, a operação já conta com aprovação da ANA – Agência Nacional de Águas -, do ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico -, e do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis -.