Tópicos da Semana – Edição de 29/08/15.
Por Mário Aurélio Sampaio e Silva
Charge: Leandro Gusson (Tatto)
Cabotinismo
Chega a ser patética a forma como alguns pretendentes a cargos políticos em Santa Fé vêm se manifestando através das redes sociais, mais precisamente no Facebook. Basta acontecer alguma inauguração, mesmo que não seja mérito deles, que lá estão eles na foto. Em contrapartida, assim que observam um mínimo buraco na rua, como se Santa Fé fosse a única cidade do mundo a ter ruas esburacadas, que logo postam fotos, como forma de mostrar que se eles estivessem no poder, jamais, jamais e jamais, um mínimo furo existiria.
Ahhhh, bobagem, querida!!!
Ao invés de tanto Facebook, que tal se cobrarmos mais da administração, caso encontremos algo que efetivamente fira os nossos olhos? Porque não, e então, cobrarmos com mais fervor de nossos representantes, sejam eles vereadores, prefeito e vice-prefeito? Realmente passou da hora de vermos nossos políticos valerem seus cargos e dinheiro recebidos através da população.
Papagaios de Pirata
Nas épocas que antecedem o período eleitoral é muito comum vermos ressuscitar os famosos papagaios de piratas, aqueles que gostam de aparecer na foto ao lado de “pessoas importantes”, com o intuito de se promoverem e ou de se tornarem iguais ou tão mais importantes do que as pessoas que eles julgam ser importantes. Pensam que aparecem como ator principal, quando, na verdade, são meros indivíduos sem qualquer responsabilidade social ou perspectiva melhor.
Então, daí, os choramingos
Quem não tem competência, critica, e de críticos temos aos montes. Somente a título comparativo, todo crítico de cinema, teatro ou televisão, {dizem que} é um ator mal sucedido. Daí que todo cidadão que só critica sua cidade, seu Estado, seu País pode estar correndo o risco de ser um político mal sucedido.
Nada são flores
Evidentemente que algumas contingências são inevitáveis, até porque não vivemos atualmente uma das melhores situações econômicas, mas não podemos negar que poucas vezes a cidade teve tanta cultura de graça para seu povo como agora, tantas atrações turísticas para serem gozadas como hoje, tantas pessoas de baixa renda melhores assistidas, e por aí vai.
Funec
A nossa Funec – Fundação Municipal de Educação e Cultura – de Santa Fé do Sul vive hoje uma de suas melhores épocas, tanto que atualmente possui 21 cursos aprovados, além dos cursos técnicos, mais de 3.000 alunos, o que contribui sobremaneira para a economia da cidade.
Vontade do poder
Essas atitudes não acrescentam em nada para a cidade ou ao mundo político. Representam, sim, a ‘vontade de poder’; porém, em muitos casos é preciso que coloquemos ordem na própria vida para que organizemos a vida dos outros e da coletividade.
Falar, até papagaio fala
Fazer e praticar com ética a ação política é que é difícil, pois não se trata de tão somente falar ou de agir por agir, de ‘apontar o dedo’. Não se trata de fazer qualquer coisa e de qualquer maneira – como se as coisas fossem fáceis -, mas de fazer o que é exigido pela situação presente. Não se trata de fazer muito ou pouco, mas aquilo que é possível e necessário.
Coletivo
Hoje se fala muito do eu – do ego – e do individualismo e do oportunismo, e é sempre bom lembrarmos que o diálogo político construtivo não é aquele que se fala de si mesmo ou o que se pensa isoladamente, até porque política com P maiúsculo é uma arte de saber conversar, um discutir, um perguntar e um responder entre pessoas associadas pelo interesse comum. Implica duas atitudes, a tolerância e o respeito. E são exatamente esses comportamentos que têm faltado muito hoje em dia, principalmente na internet.
O dono da verdade
Apontar o dedo e parecer o dono da verdade hoje é mais do que comum, mas sabemos que toda a fala ou visão falsa sempre trás ínsita a ideia de ‘verdade’. O bem e a felicidade formam um todo, um segue o outro, pois não há felicidade fora do bem. Todos os vícios significam achar-se o absoluto, o dono da verdade, e ir para os quatro cantos ‘cantar sua verdade’. O homem deve reconhecer-se limitado e aceitar a sua condição humana. Precisa parar de ‘construir bezerros de ouro’ ou agir com demagogia e oportunismo.
Eu mais eu
O esforço de reflexão, a busca da verdade, o trabalho de informação e a atenção à consciência são requisitos para que cheguemos a um julgamento verdadeiro do fato.
Quem fala muito é porque nada sabe. Aquele que sabe e conhece fala com parcimônia, e como diria o saudoso Doutor Alcides Silva, “Diga-me do que te gabas e eu te direi do que careces”.
Finis operantis e finis operis
Tomas de Aquino distingue entre a intenção do agente (`finis operantis`) e a intencionalidade do ato (`finis operis`). O ideal é que a consciência seja clara para possuir o real significado da obra a ser realizada, e que a intenção do agente seja clara para ser adequada à intencionalidade da obra. Em suma, não basta ter boa intenção, é necessário saber o que está fazendo. A boa vontade não dispensa a qualidade das ideias, porque até no inferno dizem que tem ‘boas intenções’, porque a prática manda muito. É necessário que haja uma forte relação entre o que se discursa e o que se pratica.
Blasé
O que estamos vendo e vivendo hoje é a época da hipocrisia e do oportunismo barato. Uns dizem falar a verdade, mas seria farisaico concluir que a tal ‘verdade’ pode ser dita sem circunspecção e sem reserva, não importando a quem e em que circunstância. É preciso analisar o sujeito, as circunstâncias e a situação. Os árabes dizem que a palavra é de prata, mas o silêncio é de ouro. Na era da comunicação, precisamos bem avaliar para não sermos presas do oportunismo.
Diga quem tu és…
Estamos diante de um momento importante, pois daqui a um ano começam as eleições municipais, e devemos ficar atentos, desde já, no comportamento e na postura dos políticos….e olha que ainda teremos muitos abraços apertados, beijinhos, tapinhas nas costas e muita gente querendo sair bem na foto… o eu, eu e eu, até quando?